Será possível passar um dia em Lisboa, visitar monumentos, desfrutar da cidade, não passar fome e não gastar mais de 50 euros? O jornal espanhol El Mundo acha que sim e preparou um guia para o turista desfrutar da capital portuguesa apenas com uma nota laranja no bolso. Às sugestões castelhanas juntamos dicas de quem cá mora.

50 euros

Sem acesso a transportes, é pouco provável que consiga ir a todos os locais que merecem ser visitados. Por isso, uma boa solução é comprar um bilhete diário, que custa seis euros mais cinquenta cêntimos pelo cartão, e que dá acesso ao metro, aos autocarros e aos elétricos. Durante 24 horas pode andar as vezes que lhe apetecer.

43,5 euros

O El Mundo sugere que, comprado o bilhete, se comece o dia a ver a cidade a partir de um dos muitos miradouros que a pontuam. São Pedro de Alcântara e Santa Catarina são dos mais frequentados e os escolhidos do jornal espanhol, mas há mais escolhas, em colinas diferentes. Os miradouros da Graça, da Senhora do Monte, do Jardim do Torel e do recém-inaugurado Jardim da Cerca da Graça são boas opções para quem quer as melhores vistas sobre o Castelo e o Tejo. Já para ver Alfama lá do alto, as Portas do Sol e o adro da igreja de Santo Estêvão são os melhores locais. Como as vistas não se pagam, continuamos com 43,5 euros no bolso.

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43,5 euros

Será tempo então de caminhar até Belém, uma das zonas mais monumentais da cidade e onde os motivos de interesse são vários. O mais recente é o Museu Nacional dos Coches, aberto no final de maio depois de obras longas e controversas. Polémicas à parte, é neste edifício branco contemporâneo que estão em exposição alguns dos melhores exemplares de coches e carruagens da Europa. No edifício do outro lado da estrada, o Picadeiro Real que albergou o museu até há pouco, também há veículos para ver. A entrada nos dois sítios custa 8 euros.

35,5 euros

Os melhores pastéis de nata de Lisboa, diz o El Mundo (e não os contrariamos), estão na pastelaria Chique de Belém, mesmo em frente ao novo museu. Um pastel custa pouco mais de um euro e um sumo a acompanhar põe o lanche perto dos 2,50 euros.

33 euros

Ainda em Belém estão duas joias de Lisboa: a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos. Para visitar a igreja do mosteiro não se paga nada, mas a visita aos claustros custa dez euros (e vale a pena, nem que seja pela história do local: recorde-se que, entre outros acontecimentos, foi ali que Portugal entrou para a União Europeia). A visita à Torre de Belém tem o custo de seis euros. Para não gastar nada, é ver os monumentos de fora, e mesmo assim já a vista se arregala.

17 euros

Se acha que o dinheiro se está a esgotar rapidamente, o melhor é pensar em como desfrutar a cidade sem ter de desembolsar nada. O El Mundo sugere a LX Factory, na zona de Alcântara, onde uma antiga fábrica deu lugar a ateliers artísticos, lojas e restaurantes. Ali há muito para conhecer, mas um dos estabelecimentos que mais merece uma visita é a livraria Ler Devagar, onde ainda há antiga maquinaria industrial ao lado de milhares de volumes.

Saindo da LX Factory, outra sugestão gratuita são os inúmeros espaços à beira-Tejo onde é possível apanhar sol. Com uma pequena caminhada chega-se a Santos, daí ao Cais do Sodré e logo a seguir à Ribeira das Naus, onde as recentes obras deram a Lisboa um vasto relvado e uma escadaria para o Tejo. Se a fome apertar, a Rua do Arsenal é “um dos melhores sítios” para comer, escreve o El Mundo. Ali, uma refeição ronda os dez euros.

7 euros

Ainda pela Baixa e já sem grande dinheiro no bolso, há pelo menos dois museus que também não custam nada: o do Design e da Moda (MUDE, na Rua Augusta) e o do Dinheiro (na Rua do Comércio, mesmo ao lado do Banco de Portugal).

Depois, se ainda não estiver cansado de ver Lisboa das alturas, suba ao Arco da Rua Augusta, de onde se tem uma vista privilegiada sobre a Praça do Comércio, o Tejo e toda a Baixa pombalina. Custa 2,5 euros.

4,5 euros

Já com um banho cultural tomado e com a fome saciada, gastem-se os últimos euros num objeto que sirva para recordar esta passagem por Lisboa. Seja um íman para o frigorífico, seja uma borracha ou outra coisa, dois dos melhores sítios para as compras são o Embaixada, no Príncipe Real, e as lojas de A Vida Portuguesa (no Chiado e no Intendente).