Não foi apenas o crucifixo comunista e o chá de folhas de coca que marcaram a visita do Papa Francisco à Bolívia. Na presença do presidente Evo Morales, o chefe supremo da Igreja Católica apelou à proteção da biodiversidade e das comunidades indígenas naquele país.

A chamada de atenção do Papa surge depois de Evo Morales ter ameaçado silenciar todos os que pretendem limitar a exploração dos recursos naturais na Bolívia, incluindo organizações não-governamentais e fundações, contrariando os compromissos internacionais referentes à proteção do ambiente.

O governo boliviano promulgou recentemente dois decretos que permitem a abertura das áreas protegidas para a exploração de hidrocarbonetos, bem como a construção de uma estrada que atravessará o território indígena do Parque Natural Isiboro Secure. Este parque tem uma área de 1.236.300 hectares e foi uma conquista do povo indígena daquela região para de salvaguardar o seu património.

Os cientistas e jornalistas da revista Nature presentes no país – um grupo que inclui o investigador português Ricardo Rocha – já apelaram a Evo Morales que repense as últimas decisões que colocam em perigo a biodiversidade na Bolívia, até porque um dos motes do atual presidente era a proteção da Pachamama (“Terra Mãe” na língua nativa).

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