O ministro da Educação remeteu esta sexta-feira para o Instituto de Avaliação Educativa a questão do financiamento do exame de inglês do Cambridge, depois de ser revelado que as receitas dos diplomas não cobrem os custos da prova.

O Estado vai ter de pagar parcialmente a edição deste ano da prova de inglês (Preliminary English Test), uma vez que a receita obtida com os pedidos de certificado de alunos não garante a totalidade do financiamento.

“O senhor presidente do IAVE está em cima desse assunto, está a resolver o assunto, tem que lhe perguntar exatamente como é que isso está a ser resolvido”, disse esta sexta-feira Nuno Crato, quando questionado pelos jornalistas sobre a forma como irá o Governo resolver o financiamento da referida prova.

O ministro falava esta sexta-feira aos jornalistas à saída da sessão de abertura I Encontro de Escolas Ler+Jovem, uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura e da Rede de Bibliotecas Escolares, que decorre durante todo o dia na Escola Secundária Eça de Queiroz, em Lisboa.

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A prova de diagnóstico de inglês do 9.º ano de escolaridade, elaborada pela Universidade de Cambridge, com aplicação nas escolas coordenadas pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), tinha na sua génese um pressuposto de financiamento privado, a cargo das receitas obtidas pelos certificados de proficiência linguística pedidos pelos alunos e, sempre que isso fosse insuficiente, pelos patrocinadores do projeto.

Inicialmente associaram-se à introdução desta prova em Portugal o BPI, a Connexall®, a Fundação Bissaya Barreto, a Novabase e a Porto Editora. Dos parceiros iniciais, já só restam o BPI e a Porto Editora.

A juntar-se à saída dos parceiros há os certificados emitidos, com pedidos muito inferiores ao número de inscritos na prova.

Dos mais de 85 mil alunos que fizeram o teste, apenas 19 mil pediram um certificado de Cambridge, 14 mil dos quais alunos do 9.º ano de escolaridade.

Segundo dados apresentados, 22 mil alunos tiveram resultados passíveis de lhes serem atribuídos certificados, mas não foram feitos pedidos nesse sentido.

Na apresentação dos resultados do Preliminary English Test (PET), que decorreu na quarta-feira, o presidente do IAVE, Hélder Sousa, admitiu que, com estes valores, não é possível financiar o projeto sem recurso a fundos do Estado, o que deverá acontecer já este ano.

Quando questionado esta sexta-feira sobre quanto dinheiro irá o Estado gastar com o exame, Nuno Crato voltou a remeter a questão para o presidente do IAVE, adiantando que aquele organismo “tem autonomia pedagógica e administrativa para resolver esses problemas”.

Sem resposta ficou a pergunta sobre se o IAVE também terá orçamento para financiar a prova.