A votação que se vai realizar esta quarta-feira no Parlamento grego será o ponto de partida para o calendário do terceiro resgate grego, que poderá demorar cerca de mais quatro semanas a ser negociado. Se o acordo passar, e Tsipras pode precisar dos votos da oposição, eis os passos que se seguem, segundo o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

  • Os ministros do Eurogrupo vão realizar uma conference-call ainda na quarta-feira à noite ou quinta-feira de manhã para avaliar a votação do Parlamento de Atenas que terá ainda de discutir, e aprovar, medidas legislativas que materializem o acordo de base. Esse será o sinal para os outros ministros desencadearem a discussão nos parlamentos nacionais, que ainda podem acontecer esta semana.
  • Dijsselbloem manifestou a expectativa de que ainda no final desta semana seja possível a realização de uma outra conference-call dos ministros da zona euro. Servirá para dar mandato às instituições para iniciarem os trabalhos de elaboração do memorando de entendimento que irá fixar as condições do terceiro resgate grego.
  • “Estamos a falar de desenhar um programa completamente novo para três anos que irá envolver muito mais em termos de substância e compromisso, bem como necessidades de financiamento, e vai ser preciso tempo para negociar. Pedimos às instituições para serem tão rápidas quanto possível, mas é mais provável que demorem quatro semanas do que duas semanas.” Neste cenário, o terceiro pacote de financiamento poderá ficar concluído em meados de agosto. Contando a partir de quarta-feira, são quatro semanas e meio.

O calendário do presidente do Eurogrupo não refere datas para o empréstimo de transição que foi discutido esta segunda-feira. Fala-se em 8,6 mil milhões de euros. Há várias opções que estão a ser estudadas, mas uma decisão terá que ser tomada nos próximos dias, no limite no final desta semana, indicou a ministra das Finanças portuguesa após o Eurogrupo. Maria Luís Albuquerque lembra que está se aproximar um reembolso grego ao Banco Central Europeu, para além de ser necessário regularizar o pagamento em atraso ao Fundo Monetário Internacional.

Este financiamento de urgência poderá ser avançado pelo EFSM (o mecanismo de estabilização financeira do euro), um instrumento que serve para financiar estados-membros em dificuldades financeiras, tendo como garantia o orçamento comunitário. Este cenário obrigaria a um envolvimento de todos os países da União Europeia, incluindo o sempre resistente Reino Unido, e não apenas da zona euro. Portugal e Irlanda beneficiaram de financiamentos do EFSM.

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