No dia em que se assinala a queda do avião da Malaysia Airlines, o Daily Mail de Sydney publica imagens de presumíveis rebeldes pró-russos a remexer as bagagens das vítimas.

O avião viajava de Amesterdão para Kuala Lumpur e foi abatido no leste da Ucrânia próximo da linha de confrontos entre as forças separatistas pró-russas e as tropas ucranianas.

A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana já se mostrou “muito incomodada” com as imagens: “É certamente consistente com as informações [dos serviços de] inteligência que recebemos há 12 meses no sentido de que o voo MH17 da Malaysian Airlines tinha sido abatido por um míssil terra-ar.

Julie Bishop acrescenta: “é repugnante ver e, 12 meses depois do abate do MH17, é profundamente preocupante que estas imagens tenham surgido.”

O vídeo terá sido desviado de uma base dos separatistas pró-russos em Donetsk, avança o jornal do controverso grupo News Corp, que recebeu as filmagens há uma semana.

As imagens são captadas pelos próprios militares, que acreditavam ter abatido um jato da força aérea ucraniana. Quando percebem tratar-se de um avião comercial, continuam a vasculhar e a espalhar pelo chão o que estava dentro das malas dos passageiros.

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Petro Poroshenko, presidente ucraniano, disse esta sexta-feira que a comunidade internacional tem a obrigação moral de punir os responsáveis pelo abate do avião comercial da Malaysia Airlines: “Para honrar a memória dos que morreram, o nosso dever moral é assegurar que os culpados recebem uma punição justa”, declarou Poroshenko, num discurso para assinalar o aniversário da tragédia do voo MH17, que provocou 298 mortos.

Kiev e os Estados ocidentais suspeitam que os separatistas utilizaram um míssil BUK, fornecido pela Rússia, para abater o aparelho.

Moscovo nega “categoricamente” qualquer envolvimento na queda do avião da Malaysia Airlines e acusa os militares ucranianos.

A Ucrânia é um dos Estados que avançou com a ideia de ser um tribunal especial, sob a alçada da Organização das Nações Unidas, a julgar os responsáveis, que ainda não foram identificados.

A Rússia, membro do Conselho de Segurança da ONU, com direito de veto, rejeitou esta ideia.