O secretário regional da Saúde da Madeira apresentou o seu pedido de exoneração ao presidente do Governo Regional, anunciou este sábado o executivo da Região Autónoma da Madeira.

“Em virtude das notícias vindas a público hoje, relacionadas com o secretário regional da Saúde, Manuel Brito, o Presidente do Governo recebeu deste o pedido de exoneração do cargo de membro do governo”, pode ler-se num comunicado divulgado esta tarde pelo gabinete do chefe do executivo.

Na mesma nota adianta-se que “o presidente do Governo Regional da Madeira aceitou o pedido” e convidou o médico João Faria Nunes para ocupar o cargo.

O governo regional menciona ainda que, na próxima segunda-feira, o presidente do executivo insular vai comunicar “formalmente ao representante da República [para a Madeira, Ireneu Barreto] a fim de serem efetuadas a exoneração e nomeação respetivas”.

Médico de profissão, Manuel Brito foi nomeado em abril deste ano e integrou o executivo liderado por Miguel Albuquerque, do PSD.

Na edição deste sábado, o Diário de Notícias da Madeira noticiou que, apesar de ter negado uma participação em duas clínicas madeirenses, Manuel Brito ainda tinha o nome ligado às duas unidades: Clínica da Sé e Clínica de Santa Catarina. O secretário regional já tinha esclarecido que detinha uma participação “residual”, de 0, 008%, na Clínica da Sé, que datava de há 30 anos. Sobre a Clínica de Santa Catarina, afirmou que já não detém qualquer quota, embora não tenha revelado que a transferiu apenas este mês.

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Outra notícia relacionada com a tutela de Manuel Brito, também divulgada pelo Diário de Notícias da Madeira, refere que será construído um hospital privado na Madeira, para entrar em funcionamento em 2017.

A nova unidade representa um investimento de 25 milhões de euros e vai contar com 450 colaboradores, sendo que o plano já foi apresentado ao Governo Regional e à Câmara Municipal do Funchal.

O projeto é liderado pelo médico João Bacalhau e pelo gestor David Caldeira, ambos naturais da Madeira. O primeiro é líder do grupo Hospital Particular do Algarve, SA, e o segundo é empresário dos setores hoteleiro e industrial.

A informação veiculada pelo matutino regional salienta, ainda, que a obra vai avançar “a toda a velocidade”, sendo que “tem havido a maior recetividade de todas as autoridades”.

O Hospital Privado da Madeira terá quatro pisos e vai ocupar uma área de 8.000 metros quadrados, na freguesia de São Martinho, no Funchal, a mesma onde o Governo Regional prevê construir uma nova unidade orçada em 250 milhões de euros.

Na quinta-feira, Manuel Brito esteve reunido com a comissão criada para avaliar as opções para uma nova unidade hospitalar na região, após o que realçou que “é do interesse que todos os partidos que possam formar Governo tenham no seu programa a construção do novo hospital no Funchal”.

O secretário demissionário disse, então, que “o Governo da República tem que estar envolvido e empenhado neste processo”, objetivo que o executivo madeirense “não vai desistir” de defender.

A construção de um novo hospital público na Madeira tem marcado a agenda do Governo de Miguel Albuquerque, que completou há pouco 100 dias de exercício.

Na última festa do PSD no Chão da Lagoa, a 26 de julho, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho declarou o apoio do Governo da República à sua construção, sublinhando: “Vamos ter de fazer das tripas coração para fazer uma nova unidade de saúde” na região.