Dez anos depois, o caso volta a acontecer. No distrito de Bragança, 360 professores meteram atestado, invocando problemas de saúde e necessidades específicas de tratamento, seus ou de cônjuges, filhos ou pais na sua dependência, para terem direito a mudar de escola.

Ouvido pelo Expresso, o Ministério da Educação garantiu estarem já “em curso processos de averiguações pela Inspeção-Geral da Educação e Ciência”. Há dez anos, a Inspeção-Geral de Educação foi chamada a investigar este concurso, cujo epicentro era, mais uma vez, o distrito de Bragança.

De acordo com o jornal “Mensageiro de Bragança”, o estranho aumento de pedidos de mobilidade por doença – ou a “epidemia que incapacitou os professores transmontanos“, como escreve a publicação – está a indignar muitos professores de quadro de zona pedagógica (QZP) e mesmo alguns diretores de agrupamentos, que se dizem sem espaço para acolher tantos professores. Isto porque, e apesar de ser um mecanismo previsto na lei, a deslocação de docentes para outros agrupamentos pode traduzir-se numa diminuição considerável do número de vagas disponíveis para outros professores que estivessem interessados em concorrer para aqueles agrupamentos.

Na prática, docentes com mais anos de serviço podem mesmo vir a ser ultrapassados por professores que sejam destacados ao abrigo da mobilidade por doença – em situações muitas vezes duvidosas.

Dos 362 docentes nestas condições, a maioria – 121 – tem pedido para ser colocado no Agrupamento Emídio Garcia, localizado na capital do distrito, o que, de acordo com o que a direção do agrupamento revelou ao Mensageiro de Bragança, impediu que vários horários de primeiro ciclo fossem colocados no concurso de mobilidade interna.

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