O irmão de José Dirceu, também ele detido no âmbito das investigações anti-corrupção que agitam o Brasil, esteve reunido em Lisboa há quatro anos com Ricardo Salgado, na altura em que estavam em curso dois negócios importantes e sensíveis envolvendo os dois países: a venda, pela PT, de 50% da Vivo à Telefónica e o cruzamento de participações entre a PT e a Oi. Como presidente do BES, Salgado tinha uma palavra a dizer (e forte influência) na estratégia da PT, empresa da qual o banco era acionista.

A notícia é contada hoje pelo jornal Público. O jornal explica que Luiz Eduardo Oliveira e Silva (irmão de Dirceu, que foi número dois de Lula da Silva) presta serviços de consultoria e que foi nessa qualidade que veio a Lisboa em novembro de 2011. O jornal diz não ser conhecido o teor da conversa, mas acrescenta que a reunião foi articulada por um escritório de advocacia português e uma outra sociedade com fortes ligações ao mundo da política e aos grandes negócios públicos.

A empresa de Oliveira e Silva foi, entretanto, identificada pelas autoridades judiciais brasileiras como suspeita de ser intermediária de pagamentos ilícitos a terceiros, com cobrança de comissões em grandes transações, no âmbito da operação Pixuleco, a nova fase da polémica investigação Lava Jato. Segundo o Público, um procurador do estado brasileiro do Pará esteve já em Lisboa algumas semanas para prosseguir a investigação sobre as ligações suspeitas entre Brasil e Portugal.

A PGR portuguesa não quis responder às perguntas do jornal, alegando que o inquérito está “em segredo de justiça.”

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