O guia supremo do Irão considerou esta segunda-feira que o futuro do acordo nuclear entre Teerão e as grandes potências “não é claro” dado que a sua aprovação definitiva no Irão e nos Estados Unidos continua incerta.

O “destino do acordo não é claro, ninguém sabe se ele será aprovado aqui ou nos Estados Unidos”, disse o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, decisor último no dossier nuclear, recordando que o texto ainda deve ser aprovado legalmente no Irão.

Segundo a agência France Presse, a declaração de Khamenei é citada no seu ‘site’ na Internet.

O acordo foi concluído a 14 de julho entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China – e a Alemanha) após anos de duras negociações.

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Prevê limitar o programa iraniano ao nuclear civil em troca de um levantamento progressivo e reversível das sanções internacionais impostas à economia do país desde 2006.

No Irão, decorre atualmente um debate sobre a necessidade de o parlamento, dominado pelos conservadores, aprovar ou não o acordo. Uma maioria de deputados (201 em 290) pediu que o texto fosse submetido ao seu voto e à aprovação do Conselho dos Guardiães da Constituição para que tenha “uma base legal”.

Nos Estados Unidos, o Congresso dominado pelos opositores republicanos ao presidente Barack Obama deve votar contra o acordo em setembro. Obama deverá vetar a decisão e a oposição precisará então de uma maioria pouco provável de dois terços para o contrariar.

Khamenei voltou ainda a atacar os Estados Unidos, acusados de procurarem “infiltrarem-se” no Irão através do referido acordo.

Os Estados Unidos “pensavam que com o acordo (nuclear) encontravam um modo de se infiltrar no país. Não permitiremos nem a intrusão económica, nem a intrusão política, nem cultural. Com todas as nossas forças – que são grandes graças a Deus – lutaremos contra essa intrusão”, declarou o ‘número um’ iraniano.

Segundo o ‘ayatollah’, Washington também quer “introduzir-se na região (do Médio Oriente)”, onde tem como objetivo “desmembrar o Iraque e a Síria”, mas adiantou que o Irão não o permitirá.