Uma em cada cinco crianças não recebe as vacinas recomendadas e cerca de 1,5 milhões de crianças morre todos os anos de doenças que podiam ter sido evitadas pela vacinação, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS). As famílias que se recusam a vacinar as crianças são um desafio crescente para os países que pretendem ultrapassar as lacunas na imunização da população, revela a organização em comunicado esta terça-feira.

O atraso ou a recusa tem limitado a cobertura dos programas de vacinação, apesar de comprovadas as vantagens dos mesmos. Os principais fatores que afetam a vacinação (e respetiva recusa) parecem ser a falta de informação ou informação errada, a complacência, a comodidade ou a confiança. Esta terça-feira a revista Vaccine publicou um número especial dedicado aos fatores que levam a “hesitação na vacinação” (atraso ou recusa) e às estratégias para combater este problema.

“Como a recente crise do ébola trouxe a lume, envolvermo-nos com as comunidades e convencer indivíduos a mudar os hábitos e comportamentos é um elemento fundamental para o sucesso da saúde pública. Tratar da hesitação na vacinação não é diferente”, referiram os autores na nota editorial.

A OMS recomenda que se conheçam melhor os fatores que levam ao atraso ou recusa na vacinação e que se procurem formas de aumentar a aceitação, pela partilha de práticas mais eficazes e pelo desenvolvimento de novas ferramentas para abordar o problema. A recusa da vacinação devido a crenças ou mitos, à falta de confiança nas equipas médicas, à pressão de líderes ou de pessoas influentes, à falta de informação correta ou a barreiras geográfica não se restringe aos países em desenvolvimento ou às aldeias mais remotas.

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Embora a falta de informação seja um dos fatores que influencia a recusa da vacinação, um maior nível de educação não é necessariamente um fator favorável, conforme notaram os especialistas. Entre aqueles que tinham mais estudos, tanto podiam encontrar os que defendiam como os que recusavam os programas de vacinação. Até o medo das agulhas pode ser um fator contra, por isso a OMS está a preparar uma posição escrita sobre a mitigação da dor para ser publicada em setembro.

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