A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) confirmou irrgularidades praticadas pelo presidente do INEM, Paulo Campos, que em janeiro autorizou a mobilização de um helióptero para o transporte de uma amiga doente em estado terminal, e cujo estado era desaconselhado para transportes aéreos. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias (JN). O ministro da Saúde está a aguardar novas informações da IGAS para deliberar sobre a demissão de Paulo Campos. O presidente do INEM esteve também envolvido num outro caso em que teria mobilizado uma ambulância com uma doente prioritária para que a sua esposa entrasse a horas no hospital onde trabalha.

O Ministério da Saúde confirmou esta sexta-feira ao JN que Paulo Macedo se encontra a deliberar para tomar uma decisão com todas as certezas e informações que neste momento ainda estão em falta. Apesar de ter prometido prounciar-se até ao final deste mês, possivelmente irá levar mais tempo. O processo de averiguações sobre este caso foi aberto pelo IGAS a 20 de março. Agora, o relatório da IGAS elaborado no final de julho confirma os factos denunciados pelo jornal em março.

Tudo se passou no final de janeiro deste ano, altura em que a doente amiga de Paulo Campos foi transportada do Hospital de Cascais para o Hospital de Abrantes. Nessa altura, Paulo Campos disse ser “médico assistente/amigo da família” e que foi “a pedido da família/médico assistente” que a doente foi transportada de helicóptero. A amiga de Paulo Campos sofria de cancro do pulmão em estado avançado, entre outros problemas, pelo que o seu transporte em helicóptero constituía uma “contraindicação absoluta”, segundo as regras de utilização do meio aéreo do INEM, consultadas pelo jornal.

Paulo Campos diz que não sabia que amiga estava em estado terminal, apenas que era “uma doente crítica, sem prognóstico definido”. A paciente morreria poucos dias depois, já no Hospital de Abrantes, que anunciou que vai fazer uma averiguação interna, rejeitando, no entanto, quaisquer responsabilidades no que ao transporte da doente diz respeito.

Relativamente ao outro caso polémico que envolveu Paulo Campos, relacionado com o desvio de uma ambulância com uma doente prioritária para que a sua mulher entrasse a horas no hospital onde trabalha, a Inspeção-Geral da Saúde arquivou o caso por falta de matéria que sustentasse a acusação, segundo o relatório do processo a que a Lusa teve acesso.

O processo remonta a março deste ano e teve origem numa queixa do Sindicato dos Técnicos de Ambulância e Emergência (STAE), que pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para investigar o desvio da ambulância. No caso da “atuação ilegal do INEM no transporte de doente na VMER de Gaia”, a IGAS concluiu ser merecedor de “arquivamento, que “por matéria insubsistente”.

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