Por mais que uma pessoa goste de uma peça, depois de comprá-la a probabilidade de sofrer “remorsos de gastador” é grande. Ou porque não precisava dela, ou porque já tinha uma parecida, ou porque foi cara. Se pensar bem, chegará à conclusão de que ao longo da sua vida já passou por remorsos idênticos inúmeras vezes. Se o tranquiliza, saiba que por trás deste fenómeno está um fator psicológico.

Art Markman, professor de psicologia e marketing na Universidade do Texas, explicou ao Who What Wear que existem dois sistemas em funcionamento quando uma pessoa faz compras e mais tarde sente remorsos: o sistema motivacional de evasão, que ajuda a lidar com tudo o que é negativo, e o sistema de aproximação, que se foca naquilo que deseja.

Markman defende que quando uma pessoa faz compras o sistema dominante é o de aproximação, o que explica que, quando olha para um par de calças ou uma mala, só consegue pensar no quanto os quer. No entanto, após fazer a compra, o sistema de aproximação dá lugar à preocupação e começa a pensar no dinheiro que gastou — a principal causa dos remorsos.

Para evitar olhar para uma peça ainda a cheirar a nova e pensar “não a devia ter comprado”, seguem sete dicas que deve ter em mente quando for às compras.

1. Lembre-se: a culpa não está só nas pequenas compras

Embora possa pensar que o arrependimento só surge em quem compra malas e pares de sapatos, a verdade é que, de acordo com a CNBC, também quem faz compras grandes, como carros, eletrodomésticos, férias ou casas, sente-se culpado.

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2. Estabeleça um limite para gastar

Art Markman sugere que estabeleça um orçamento antes de ir às compras. “Todas as vezes que se sentir tentado a comprar alguma coisa que não esteja na sua lista, lembre-se do impacto negativo que essa compra terá nas suas finanças”. Esta medida visa minimizar a quantidade de vezes que compra coisas de que se arrepende mais tarde.

3. Reserve aquilo de que gosta

Segundo o professor, para acalmar a atividade do seu sistema de aproximação o que deve fazer é “encontrar aquilo que quer comprar e pedir para reservar por 24 horas. Se no dia seguinte ainda achar que precisa, volte à loja e compre”. Assim dará a si mesmo a hipótese de pensar sobre a compra.

4. Pague com notas

Uma coisa é pagar com o multibanco ou com um cartão de crédito, em que não vê o dinheiro a sair-lhe das mãos. Outra é ver as notas a abandonarem a sua carteira para nunca mais voltar. Pagar com notas torna o dinheiro mais tangível e aumenta a sua preocupação de gastar demasiado, diminuindo os seus ímpetos consumistas.

5. Pense no longo-prazo

De acordo com um estudo publicado no Journal of Consumer Research, “os consumidores preferem coisas muito funcionais no longo-prazo e produtos de conveniência no curto-prazo”. A co-autora do estudo, Kelly Kiyeon Lee, recomenda que pense primeiro no longo-prazo antes de fazer uma compra.

6. Poupe para comprar algo que queira realmente

Segundo a Bustle, deve ter em mente uma grande compra, daquelas em que é necessário poupar dinheiro. Sempre que vir outra coisa que goste vai pensar “preciso mesmo de comprar isto agora ou continuo a poupar para o que realmente quero?”. No fim vai ficar satisfeito com a sua compra caríssima, essencialmente porque comprou o que queria e não desperdiçou o dinheiro em tudo o que lhe cativou o olhar.

7. Pondere os prós e contras

A Real Simple desenvolveu uma lista de perguntas para ler e responder antes de fazer uma compra. Ao perder o seu tempo com esta checklist e após ponderar os prós e contras, a probabilidade de fazer uma compra por impulso diminui.