Allonautilus scrobiculatus. É uma espécie de náutilos, da classe dos cefalópodes — como os polvos, as lulas ou os chocos, de quem é um antepassado distante. Este náutilo terá surgido há 500 milhões de anos, sobrevivido a duas eras glaciares e coabitado com os dinossauros, que desapareceram há 65 milhões de anos. Chamam-lhe os “fósseis vivos”, pela curvatura da sua concha, mas a verdade é que ninguém via esta espécie desde 1984.

Quem a viu pela última vez foi Peter Ward, biólogo da Universidade de Washington, que regressou em julho à ilha de Ndrova, a nordeste da Papuásia-Nova Guiné, no Oceano Pacífico, precisamente ao local onde avistou o cefalópode pela última vez.

Reencontrá-lo não foi fácil, uma vez que só havia sido avistado três vezes pelo homem. Peter Ward instalou iscos com peixe e carne de galinha, para atrair os animais, uma vez que estes se alimentam de restos de animais. Os iscos foram colocados a uma profundidade entre os 150 e os 400 metros. Ao lado dos iscos, instalaram-se câmaras de vídeo. E a profundidade aqui é importante: o Allonautilus scrobiculatus é incapaz de sobreviver em águas muitos quentes e morrerá se descer abaixo dos 2.500 metros de profundidade.

A criatura “mais rara” do planeta, como Ward a designou ao site da Universidade de Washington, está em risco de desaparecer. E a culpa é da pesca ilegal naquela zona do globo, mas também dos colecionadores que buscam a raridade da concha deste náutilo.

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