O eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo considerou, quinta-feira, que a vitória da coligação nas legislativas é uma questão de justiça, sublinhando que não se ganha por “decreto ou uma espécie de direito divino” como acreditam os socialistas.

“Acredito que venceremos as eleições porque merecemos, tal e qual não merecem os socialistas e por isso se há justiça eleitoral nesta terra perderão as eleições em outubro de 2015”, afirmou Nuno Melo na quinta-feira à noite, no terceiro jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide até domingo.

Num discurso otimista, Nuno Melo centrou parte da sua intervenção aos ataques ao PS, recorrendo a um “esforço de memória” para passar em revista os últimos quatro anos de governação da coligação PSD/CDS-PP, com o PS na oposição.

Contraponto “a governação possível e responsável” da coligação e a atitude “irresponsável dos socialistas” na oposição, que agora, passados quatro anos querem voltar “a repetir tudo”.

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“O PS de 2015, Sócrates à parte, é rigorosamente o mesmo que o PS de 2011”, sublinhou.

Quer na sua intervenção inicial, que já na fase de respostas às perguntas dos alunos da Universidade de Verão do PSD, Nuno Melo insistiu na ‘colagem’ do PS de António Costa ao PS que “trouxe a ‘troika'” em 2011, avisando que os socialistas se predispõem agora a “repetir tudo outra vez: políticas, secretários de Estado e ministros”.

“Estas eleições têm uma história e que essa história não nasce num ?reset’ feito em 2011, tipo ‘o PS se tivesse de ser penalizado já foi nas urnas’. Não houve nenhum ‘reset’, a austeridade que aconteceu em 2011 foi imposta até 2015 numa responsabilidade que não se esgotou em 2011”, vincou.

Por isso, continuou, o que está em causa nas eleições legislativas de 04 de outubro é a “opção clara” entre quem “não se arrepende” e “nem sequer é capaz de reconhecer que fez mal” e quem governou “num ciclo de excecionalidade”, acabou com a intervenção da ‘troika’ e “merece agora a oportunidade” de prosseguir o crescimento num “ciclo de normalidade”.

“Lá venceremos, se Deus quiser”, exclamou o eurodeputado do CDS-PP, o único convidado do parceiro de coligação do PSD na Universidade de Verão ‘laranja’.

Pois, acrescentou, ao contrário do que acreditam muitas vezes os socialistas a vitória não é admissível “por decreto ou por uma espécie de direito divino”.

Apesar dos ataques ao PS e a António Costa, a quem acusou de ter “mau perder”, numa referência à reação dos socialistas quando Portugal concluiu o programa de ajustamento, quando disseram que Portugal só festejaria quando mudasse de Governo, a Grécia acabou por merecer maior destaque no discurso de Nuno Melo, que não poupou críticas à “extrema esquerda, radical, irresponsável, fantasista” de Alexis Tsipras.