Se há hábito a manter com as crianças é a leitura de histórias para adormecer. Mas será que há uma história perfeita para ler aos miúdos? Segundo um estudo feito com dois mil pais e respetivos filhos, citado pelo Telegraph, a história ideal deve ter um leque de personagens que inclui um dragão, um feiticeiro e uma fada, e o enredo deve girar em torno de um castelo. E não deve ultrapassar os oito minutos e seis segundos de leitura.

A maioria das crianças inquiridas prefere as histórias de amor às histórias com muita fantasia e gosta de alguma adrenalina — contaram que se entusiasmavam com um momento em que o herói estava em perigo, para depois triunfar e vencer o mal.

Mas saber contar uma história não é uma arte para todos. É, aliás, esse o receio de alguns pais: um em cada dez receia não saber contar histórias de forma interessante aos filhos, aponta o Telegraph. Mas as crianças também são exigentes: quase metade acham que as histórias ficam mais interessantes quando quem conta faz vozes diferentes para cada personagem.

Há solução para melhorar as competências dos pais. Primeiro, há que fazer dois ou três sons para criar ambiente, como uma porta a bater ou fazer o barulho de uma coruja. O que importa é captar a atenção da criança. Depois, pode perguntar-lhe se ela imagina qual vai ser a história ou o que vai acontecer, para estimular a concentração.

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A história começa. Quando está a narrar um acontecimento, use a voz no seu tom natural. Opte pelo ênfase nas descrições das personagens, como “tinha cabelos muito, muito longos” ou “uns olhos enormes, gigantes”, aposte nos sons dos animais, transportes ou sensações — “estava cheio de frio, brrrrrr” ou “e o gato aproximou-se, miaaauuu, miaaaauuu”.

A isto junte, claro, as expressões faciais, os olhos muito abertos nos momentos mais emocionantes e o sorriso largo nos momentos felizes, e vá alterando também o tom de voz. Não se esqueça que diferentes personagens pedem tons e atitudes diferentes. Tudo ajuda a criança a entrar por inteiro na história.

Quando estiver perto do fim da história, vá abrandando o tom de voz, fale mais devagar, mais baixo e com um tom mais doce. A criança vai deixar-se embalar por esta fase da história mais relaxada, vai entender que está quase no fim e vai deixar-se ir.

Segundo os investigadores que encabeçaram os questionários, estamos na altura mais crítica para adormecer as crianças. Agosto e setembro são os dois meses mais difíceis do ano por causa da alteração da rotina de férias para a escola. Nada que uma história bem contada não resolva. O final, esse, não está à discussão: tem sempre de ser feliz.