“Para poder ajudar os que estão numa situação de emergência temos também que dizer aos outros que não podem ficar aqui”, declarou Angela Merkel durante a iniciativa Dia do Governo Aberto. É necessário dar uma resposta clara à questão de “como podemos integrar com maior rapidez nas nossas vidas aqueles que precisam de proteção e como devemos dizer também com mais rapidez aos que não têm direito a permanecer aqui que devem regressar a casa”, adiantou. A chanceler alemã referia-se ao caso de muitas pessoas vindas dos Balcãs ocidentais, assinalou.

“Tudo isto tem de ser feito rapidamente”, porque se as crianças já vão à escola e os refugiados já estão nas cidades “é muito mais difícil enviá-los para casa”, adiantou a chanceler alemã. Segundo Merkel, a questão mais urgente agora é “que todos tenham um teto decente ou pelo menos o calor de uma tenda de campanha, agora que chegam os meses de inverno”.

Defendeu também a necessidade de uma maior solidariedade na Europa e insistiu no facto de que “o que se passa não é justo”. A propósito referiu a pressão a que estão sujeitos a Grécia e a Itália perante a vaga dos refugiados, sublinhando que também não é justo que “apenas três ou quatro países acolham quase todos os refugiados”.

No mesmo sentido, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, apelou este domingo aos cidadãos do país para receberem os refugiados políticos, porque “quem foge da guerra, de perseguições e tortura deve ser acolhido” em França. Falando no encerramento da universidade de verão do Partido Socialista francês em La Rochelle (oeste), Manuel Valls pediu ainda ao líder da oposição, o conservador Nicolas Sarkozy, que “veja o exemplo” da sua correligionária Angela Merkel, na atitude em relação à chegada de refugiados.

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“Cada pedido de asilo deve ser analisado rapidamente”, defendeu Valls, adiantando que os refugiados “devem ser tratados com dignidade, alojados e tratados” ao mesmo tempo que pedia “firmeza” contra a migração económica irregular.

O chefe do governo francês desloca-se na segunda-feira a Calais, onde se concentram muitos refugiados que tentam atravessar o canal da Mancha para chegar ao Reino Unido, para visitar os centros de acolhimento e as instalações de Eurotúnel, juntamente com o vice-presidente da Comissão Europeia Frans Timmermans e o comissário da Imigração Dimitris Avramopoulos.

Ministros do Interior da UE discutem a 14 de setembro crise dos refugiados

Os ministros do Interior dos países da União Europeia (UE) terão uma reunião a 14 de setembro em Bruxelas, numa altura em que a Europa tenta encontrar soluções para o agravamento da crise dos refugiados.

“Com o objetivo de avaliar a situação no terreno, as ações políticas em curso e discutir novas iniciativas para reforçar a resposta europeia, o ministro da Imigração luxemburguês, Jean Asselborn, decidiu organizar um Conselho de Justiça e Assuntos Internos extraordinário”, indica um comunicado divulgado no Luxemburgo, que tem a presidência rotativa da UE.