O parlamento da Ucrânia aprovou hoje em primeira leitura a polémica reforma constitucional que dá mais autonomia aos territórios separatistas do leste, enquanto, no exterior, um protesto contra a reforma degenerou em confrontos com a polícia.

Várias centenas de militantes do partido nacionalista Svoboda juntaram-se ao princípio da manhã frente à Rada Suprema (parlamento) para contestar a reforma, que consideram “anti-ucraniana” e pró-Putin”. Ao mesmo tempo, militantes do partido de extrema-direita Setor Direita anunciaram ter bloqueado o tráfego na rua frente à assembleia.

O projeto de reforma foi votado favoravelmente por 265 deputados, mais 39 do que os necessários para ser aprovado. Após a votação, algumas dezenas de manifestantes envolveram-se em confrontos com a polícia e uma forte explosão foi ouvida no local.

Pelo menos dez pessoas, entre as quais polícias, ficaram feridas. Segundo jornalistas no local, viam-se várias pessoas cobertas de sangue.

A reforma insere-se nos acordos de paz de Minsk e visa acalmar a guerra no leste do país que nos últimos 16 meses fez mais de 6.800 mortos, mas os setores nacionalistas veem-na como uma tentativa de legalizar ‘de facto’ o controlo pelos rebeldes de parte do leste industrial da Ucrânia. O projeto atribui poderes reforçados aos conselhos regionais e locais e autoriza nomeadamente a criação de uma “polícia popular”.

Mas, contrariamente ao que pretendiam os separatistas, o projeto não confirma o “estatuto especial” de semiautonomia dos territórios que controlam, remetendo para uma lei autónoma a aprovar no futuro e por um prazo de apenas três anos.

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