A Federação Portuguesa do Táxi (FPT) demarca-se “inequivocamente” da manifestação convocada pela Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) para 8 de setembro contra a Uber. Diz que se distancia “claramente da admissão à violência” que tem estado presente no discurso da ANTRAL e que não vai pactuar com uma “imagem decadente do setor”.

Nos seguimento desta posição, a FPT convocou uma reunião nacional do setor para 19 de setembro com o objetivo de discutir quais as medias a tomar sobre a Uber e outros táxis clandestinos. Mas deixa claro que a luta pelos direitos dos taxistas não pode ocorrer “com apelos que admitam à violência, como os que têm vindo a público na convocação de uma manifestação” agendada pela ANTRAL para 8 de setembro.

“Também por essa razão não participaremos nessa manifestação”, refere Carlos Ramos, presidente da FPT na convocatória enviada esta terça-feira, acrescentando que não pode pactuar com “atitudes radicais que agravam a degradação da nossa imagem perante o público”.

No decorrer da convocatória, Carlos Ramos recorda a intervenção da associação presidida por Florêncio de Almeida nas audições com os grupos parlamentares, que são, a seu ver, “escandalosas quando afirmam que os táxis ilegais fazem o serviço que os táxis de Lisboa e arredores não querem fazer“.

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Dizendo que não podem pactuar com “posições deste calibre”, Carlos Ramos explica que a sua luta não é apenas contra a Uber, mas contra todos os táxis clandestinos que “operam ilegalmente com licenças de outros concelhos e que roubam todos os dias o sustento de tantos profissionais”, acrescentando que o regulamneto das praças de táxi é algo que também deve ser discutido.

Com a convicção de que querem trabalhar “de cabeça erguida, com qualidade e prestando um serviço confortável, seguro e barato”, Carlos Ramos afirma que é preciso que o mercado concorrencial seja equitativo e justo.

“Não pactuaremos com posições dúbias e inúteis! Agiremos com clareza e transparência, exigindo o cumprimento integral da lei, em sã concorrência e sem atropelos à sociedade democrática que construímos”, escreveu.

Podem ser admitidos como membros da FPT associações locais ou regionais dos industriais de táxi, todos os industriais de táxi que não estejam inscritos em nenhuma das associações referidas anteriormente e associações de âmbito local, regional ou nacional que representem interesses conexos com a atividade e objeto da Federação e dos seus associados.