Dois moçambicanos foram condenados a 11 anos de prisão pela caça ilegal de rinocerontes no reconhecido parque nacional Kruger na África do Sul, divulgou a polícia sul-africana.

Os dois homens, com 22 e 23 anos, foram considerados culpados de “posse ilegal de arma e de munições, e da entrada ilegal no parque” na segunda-feira pelo tribunal de White River (nordeste da África do Sul).

Os dois caçadores furtivos foram detidos a 27 de outubro de 2014 por elementos da segurança do parque Kruger. A zona sul da reserva natural faz fronteira com o território moçambicano.

Na altura da detenção, os homens “estavam armados com uma espingarda de caça e um machado”, precisou a polícia sul-africana, que acredita que esta condenação “vai dissuadir potenciais caçadores furtivos”.

Em abril passado, quatro homens foram condenados a 15 anos de prisão pelas mesmas acusações.

Por ser difícil provar a prática de caça furtiva sem flagrante delito, a justiça sul-africana consegue condenar os indivíduos envolvidos nesta prática ilegal através de outros delitos, nomeadamente a posse ilegal de arma de fogo.

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Segundo dados governamentais divulgados no domingo passado, o número de rinocerontes mortos na África do Sul aumentou este ano, com 749 animais abatidos por caçadores furtivos nos primeiros oito meses do ano, contra os 716 registados no mesmo período em 2014.

Durante os últimos oito anos, o número de rinocerontes mortos por caçadores tem vindo a aumentar de forma significativa. Em 2014, os caçadores furtivos mataram 1.215 animais, enquanto em 2007 foram registados apenas 13 casos.

O aumento é explicado pela crescente procura dos chifres de rinoceronte no mercado asiático, por causa das suas alegadas propriedades medicinais.

Existem cerca de 20 mil espécimes na África do Sul, que representam 80% da população mundial de rinocerontes.