Mais de um terço dos aquíferos do mundo correm o risco de perder os seus recursos, conclui um estudo levado a cabo pela NASA. Além de investigar o campo gravitacional da terra, os satélites têm tido um papel fundamental na medição de muitos recursos do planeta, como a água doce.

Agora os GRACE permitiram concluir que mais de um terço dos aquíferos do mundo estão a ser usados até ao limite, já que estão a ser drenados a uma velocidade muito maior do que aquela que a natureza utiliza para os restaurar. A experiência mostra que 13 dos 37 aquíferos, da Califórnia à China, estão a ficar sem água. Desses 13, cinco estão em vias de ficarem inutilizados. É que quando um aquífero é utilizado em excesso, colapsa e, por isso, perde a capacidade de reter água. Irreversivelmente.

A NASA mostra ainda que em zonas de conflito político e social, o problema é maior. O estudo concluiu que o aquífero árabe, que fornece água a cerca de 60 milhões de pessoas no Médio Oriente, é o que corre mais perigo. Em segundo lugar aparece o aquífero que se situa entre a Índia e o Paquistão.

Os satélites – que avaliam a saturação de água na terra e, por isso, antevêem inundações anos antes de acontecerem, como no caso das enchentes do Rio Missouri, em 2011 –  também conseguem medir pequenas mudanças gravitacionais em qualquer local do mundo. Perceberam, por isso,  que quando a água de um aquífero diminui, a força gravitacional nessa área também decresce.

O controlo dos GRACE é partilhado entre a NASA, o Centro de Operações Espaciais Alemão e o Centro de Pesquisa da Universidade do Texas. GRACE representa satélites gémeos (de Gravity Recovery and Climate Experiment) que a NASA lançou em 2002.

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