As novidades discográfias encerram uma série de artigos de antevisão da rentrée cultural. Durante uma semana publicámos os concertos de música e os espetáculos para os quais vale a pena comprar bilhete, o cinema e as séries de televisão que não deve deixar fugir, e os livros de leitura imperdível. 

Começamos com Beirut, projeto de sucesso do norte-americano Zach Condon que, a 11 de setembro, vê nascer o quarto álbum de originais. Chama-se No No No e a primeira amostra, com o msmo título, merece atenção (nem que seja pela estranheza do vídeo).

Foi em 2006 que David Gilmour lançou o terceiro álbum a solo. Nove anos depois, chega o quarto disco, Rattle That Lock, a 18 de setembro. Esse é também o nome de uma das 10 novas canções, e quem vive em França não terá grandes dificuldades em reconhecer o som chave da música. “Rattle That Lock” foi inspirada no jingle de aviso que toca nas estações ferroviárias francesas, antes de ser feito um anúncio (…). Sempre que o ouvia, apetecia-me começar a dançar” O senhor Pink Floyd sacou do telefone, gravou as quatro notas do aviso e colocou-as na música:

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Setembro não trará de volta apenas David Gilmour. Os New Order regressam com Music Complete, o primeiro longa-duração em dez anos do icónico conjunto de Manchester. Apesar de ser o primeiro disco sem o baixista Peter Hook (Joy Division), que entrou em conflito com os restantes membros em 2011, Music Complete marca o regresso da teclista Gillian Gilbert, mulher de Stephen Morris, baterista da banda, e uma das fundadoras do grupo. O álbum vai ser editado a 25 de setembro e terá 11 canções que os New Order descrevem como “eletrónicas densas e guitarras melodiosas mergulhadas em orquestras”. Para saciar a curiosidade já está disponível “Restless”, que conta com a participação de Tom Rowlands dos Chemical Brothers.

A banda de Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo, ou seja, os Virgem Suta, tem sido certinha no que toca a lançamentos: desde 2009 que chega um a cada três anos. A 18 de setembro, os fãs vão poder ouvir Limbo. Quer isto dizer que a banda está em estado de indefinição? Não necessariamente, mas as canções falam sobre a dúvida entre estar bem ou mal, apaixonado ou não, com ou sem vontade de ficar e lutar.

Os fãs de Chris Cornell não esquecem o apocalipse causado pelo lançamento do seu último disco de originais. Em 2009, o vocalista dos Soundgarden, símbolo da geração que criou o grunge em Seattle, apresentou-se despido de rock com Scream, ao lado do produtor Timbaland. De um modo geral, a crítica gritou de horror quando ouviu o resultado. Para o lançamento do novo disco, Higher Truth, agendado para 18 de setembro, tudo deverá ser mais tranquilo. “Queria que o álbum fosse pequeno e íntimo”, adiantou à Rolling Stone. Inspirado pela digressão Songbook, em que se apresentava sozinho em palco para tocar canções acústicas, o norte-americano de 51 anos quer agora gravar canções que tenham significado.

Os Disclosure despertaram a paixão de milhares de fãs em todo o mundo. A 25 de setenbro, o duo que se dedica à música eletrónica vai provar se merece que a paixão se tranforme em amor. Caracal tem 15 faixas e colaborações de Lorde, Miguel, The Weeknd e Gregory Porter.

A 9 de outubro chegam às lojas 14 novas canções de Mariza. Cinco anós após Fado Tradicional, a voz que tem levado o fado a toda a parte lança Mundo, “um disco de viagens” que vai “do Cabo Verde de ‘Padoce de Céu Azul’ ao flamenco de ‘Adeus'”. Ou seja, fado, sim, mas “mais aventureiro” e com uma “nova identidade”. Para saber concretamente o que é que isto quer dizer, é preciso aguardar mais uns dias.

Quem também tem disco novo cinco anos depois é Joanna Newsom. A harpista e cantora lança Divers a 23 de outubro e há três semanas pôs na Internet a primeira amostra:

Já há algum tempo que não se ouvia falar de Adele. Mas eis que a estrela britânica da soul pop pode estar perto de lançar o sucessor de 21, de 2011. A Billboard cita a editora para avançar que o terceiro disco de Adele vai sair em novembro, embora ainda não se conheçam canções novas nem se saiba com certeza se o nome do álbum vai ser batizado com a idade da cantora.

Novembro traz também o primeiro álbum a solo de Kurt Cobain. O anúncio foi feito em maio por Brett Morgen, o realizador que descobriu o material durante  pesquisa para o documentário “Montage of Heck“, sobre a vida do fundador dos Nirvana. Chamar estreia a solo de um homem que morreu em 1994 pode soar a abuso. O disco vai conter demos inéditas, versões como “And I Love Her”, dos Beatles, e até uma espécie de peça cómica onde Kurt Cobain faz a voz de todos os personagens. Para descobrir no dia 6.

Por fim, um extra: sem data de lançamento ainda estipulada está o novo disco de Radiohead. Mas até ao final do ano pode haver surpresas. O baterista Philip Selway garantiu à Press Association que este outono ia ser muito trabalhoso porque a banda ia juntar-se para terminar o sucessor de The King of Limbs. Até já surgiram fotografias tiradas no estúdio, na página de Twitter do compositor Robert Ziegler, mas foram entretanto apagadas. Quem sabe não teremos o nono álbum dos britânicos como prenda de Natal.