Foi em Nabusimake, no norte da Colômbia, que 500 indígenas locais olharam pela primeira vez para uma tela gigante e tiveram contacto com o cinema. A aldeia é povoada pela comunidade Arawak, que vive em casas de barro com bases de pedra.

Há vários meses, conta o El País, que a sessão de cinema vinha a ser preparada pela Ambulante, uma Organização Não Governamental (ONG). Domingo foi o dia escolhido para mostrar o documentário que explorava as paisagens colombianas e zonas selvagens desconhecidas. A tela brilhante surpreendeu o povo, apenas habituado ao brilho do sol e da lua. Adultos e crianças ficaram animados com a novidade.

As pessoas falam pouco e a calma é a palavra de ordem, numa comunidade em que a maior parte não percebe castelhano e utiliza uma língua própria para comunicar.  Será difícil encontrar algum tipo de veículo em Nabusimake, onde, também, nunca nenhum dispositivo tecnológico chegou. Não existe luz na aldeia, de tal modo que as crianças ficaram muito espantadas com a quantidade de fios instalados para o ecrã gigante funcionar. Aproximavam-se a medo, embora sempre atentas ao que estava a acontecer.

Embora nunca tivessem estado perante imagens gravadas e refletidas num ecrã, a comunidade parecia compreender o que estava a ver. As filmagens mostravam a fauna e a flora do país, percorrendo rios e uma grande variedade de florestas, através de imagens gravadas com drones.

O ecrã gigante veio agitar o quotidiano dos Arawak, habituados à tranquilidade dos seus dias. Seidi é um dos líderes da comunidade que, embora conte que é feliz com a paz dos seus dias, mostrou-se interessado nesta nova experiência, que lhe permitiu perceber como é que os outros vivem.

A serenidade foi regra durante a exibição do filme. Os índios Arawak, sentados sobre várias pedras assistiram quase paralisados ao filme, soltando algumas gargalhas e risos. Depois de uma hora bateram palmas.

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