O Governo autorizou o arranque da requalificação dos carrilhões e sinos do Palácio Nacional de Mafra, ao remeter para publicação em Diário da República uma portaria com os encargos da empreitada, confirmou a Secretaria de Estado da Cultura.

Em esclarecimentos prestados por escrito à agência Lusa, a Secretaria de Estado da cultura “confirmou que a portaria, que autoriza a repartição de encargos plurianuais, já seguiu para publicação em Diário da República”, adiantando que depois disso “a Direção Geral do Património Cultural estará em condições de lançar até ao final deste mês o concurso público internacional” para as obras.

A tutela apontou o prazo de conclusão para o “final de 2017”, data que coincide com as comemorações dos 300 anos sobre o lançamento da primeira pedra do monumento.

De acordo com o caderno de encargos, as obras estão estimadas em 2,3 milhões de euros, provenientes de financiamento estatal do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.

“Os carrilhões e as torres sineiras do Palácio Nacional de Mafra constituem um conjunto histórico de valor patrimonial único no Mundo, pelo que esta intervenção se reveste da maior importância, contribuindo para a notoriedade deste conjunto monumental, para a salvaguarda do património cultural português e para um aumento da fruição cultural dos públicos portugueses e estrangeiros”, reconhece o Governo.

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Em outubro do ano passado, especialistas internacionais ligados ao restauro de monumentos e à organização Europa Nostra deslocaram-se a Mafra para conhecerem o estado de degradação daquele conjunto, tendo alertado na ocasião alertaram para a urgência de uma intervenção, não só porque os sinos estão seguros por andaimes, como também para impedir que algum possa cair, dada a detioração visível das estruturas de apoio.

Desde maio de 2014 que os carrilhões e sinos do Palácio Nacional de Mafra figuram entre os sete monumentos mais ameaçados da Europa, uma atribuição da Europa Nostra que veio alertar para a urgência das obras e mobilizar entidades públicas e privadas a nível nacional e internacional, para se encontrar o financiamento necessário para uma rápida intervenção.

A recuperação torna-se fundamental para o Estado e a Câmara de Mafra candidatarem o monumento a património mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Os dois carrilhões e 119 sinos, pesando, o maior, 12 toneladas, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do palácio.

Em 2011, foi inaugurado o restauro dos seis órgãos históricos do monumento, um investimento de 10 milhões de euros.