O Infarmed suspendeu o ‘certificado CE’ dos implantes da marca brasileira Silimed. O certificado CE é uma espécie de carimbo de qualidade que tem em conta requisitos como a segurança, higiene e proteção ambiental, necessários a diversos produtos, para serem comercializados no Espaço Económico Europeu. Ou seja, estes produtos, como os fármacos, quando certificados pela União Europeia têm que cumprir um conjunto de regras e de requisitos.

Foi isto que, ao que tudo indica, não aconteceu com a Silimed. Segundo explica o Jornal de Notícias na sua edição desta quinta-feira, esta suspensão deve-se à detecção de “não conformidades” numa fiscalização a uma linha de produção do fabricante sul-americano. O Infarmed pede assim a todas as clínicas e estabelecimentos de saúde que suspendam a venda destes implantes. Isto é, aqueles que tenham este material em stock não o podem vender. Pelo menos por agora. A Silimed terá colocado no mercado português, desde 2008, cerca de 40 mil implantes.

Esta suspensão surge depois de uma fiscalização do congénere alemão do Infarmed das boas práticas de uma das fábricas da Silimed no Brasil. Durante esta operação foram detetados certos materiais com a superfície contaminada com partículas ainda por determinar. As autoridades farmacêuticas europeias decidiram, assim, suspender a certificação CE.

No entanto, a Autoridade Nacional do Medicamento, segundo cita o JN, reforça que não há registo de qualquer caso de reação adversa nem existe risco para a saúde pública em Portugal. Um responsável da autoridade do medicamento britânica (MHRA) afirmou, em declarações ao Telegraph, e citado pelo JN, que foram detedadas fibras “que não deveriam estar ali. São o resultado do processo de produção e estamos a examinar se os produtos estão contaminados.” Para além das autoridades do medicamento, também o Infarmed e as autoridades europeias garantem que não há, para já, riscos para a saúde pública.

A Silimed comercializa produtos de silicone como implantes mamários, de glúteos, faciais, testiculares e penianos, balões e bandas gástricas entre outros. O Presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, em declarações ao JN, explica que esta medida é apenas de “precaução” e que “não razões para alarmismos.”

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