Animais. Tanto se podem tornar nos nossos melhores amigos, como… nem tanto. Seja qual for a nossa relação pessoal com a bicharada, uma coisa é certa: os animais estão em incontáveis canções. Por ocasião do Dia Mundial do Animal, o Observador sugere algumas canções dedicadas a bichos. Desde declarar o amor a um São Bernardo, passando pelo medo de aranhas, até comparar amigos com animais voadores. Vale tudo.

Cão 

O baixista dos Beatles Paul McCartney escreveu esta canção como um simples exercício de piano, mas acabou por ser um dos pontos altos do “White Album”. A música foi inspirada pelo amor que McCartney tinha pelo seu pastor inglês, que adotara em 1965. “Apesar de parecer que estava a cantar sobre uma pessoa chamada Marta, esta música foi sobre um cão. E a nossa relação era platónica, acredita em mim”, garantiu McCartney.

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Águia 

https://www.youtube.com/watch?v=jxP_crjAg-s

Grandes canções sobre amor (ou desamor) usam animais como símbolos. A águia, símbolo americano, inspirou Laura Marling.

Sapo

Típica canção de infância. “Ho visto un rospo” é uma ode ao conhecido anfíbio. Apesar de a cantarmos em Portugal como “Eu vi um sapo”, a versão original, em italiano, representou Portugal na edição de 1980 do festival italiano da canção infantil a favor da UNICEF. A cantora da dita canção foi Maria Armanda, que acabou por ganhar a competição.

Aranha

 John Entwistle, baixista dos britânicos The Who, tinha um profundo medo de aranhas. Esta canção, escrita em seis minutos, mistura o falsette de Pete Townshend com os vocais guturais de Entwistle, simulando aquilo que seria uma voz aracnídea.

Peixe

Quando morreu Penelope, o peixinho de estimação de Zach Smith, baixista da banda Pinback, esta canção foi a sua eleita. Penelope morreu em dezembro de 2002 e o seu baixista fez um luto de um mês, segundo uma entrevista à Yahoo.

Abelha

Está a ouvir esta peça e sente que centenas de abelhas se aproximam? Não se preocupe, são apenas violinos irrequietos que Nikolai Rismky-Korsakov decidiu incluir no final do ato III da peça “O conto maravilhoso do Tsar Saltan”. O filho do Tsar quis tornar-se num inseto para voar.

Cotovia

https://www.youtube.com/watch?v=lobwr6pBbmU

Uma cotovia do prado a pousar numa flor. Esta é a situação representada em “Meadowlarks”, nona faixa do disco de estreia dos Fleet Foxes. Mas a contemplação presente na canção pretende sublinhar outro ponto: a beleza e tranquilidade existente na natureza. Esta imagem, repleta de simplicidade e paz, tal como descreve a All Music, pertence a uma fantasia bucólica habitual em artistas folk. 

O romantismo da canção, tal como explica Robin Pecknold, vocalista e compositor da banda norte-americana, foi inspirado pela poesia de W. B. Yeats. As descrições comuns do poeta irlandês, tal como “viver numa pequena casa feita de madeira” ou o simples “chilrear dos pássaros pela manhã”, tiveram um peso enorme na escrita do vocalista dos Fleet Foxes. Apesar de ter crescido na cidade, Pecknold é assumidamente fascinado pela ideia de “fugir da cidade para o campo à procura de paz”.

Cavalo

Atravessar o deserto norte-americano, durante sete dias e sete noites, não é fácil. Mas em “A Horse With No Name”, icónica canção dos America, banda norte-americana popular durante a década de 70, um “cavalo sem nome”, companheiro e bravo, ajuda um transeunte na sua viagem pelo deserto.

Gato

Os gatos, às vezes representados na cultura pop como independentes e cruéis, são os melhores companheiros de muitos. “Delilah”, uma das faixas de “Innuendo”, o 14º álbum dos Queen, é a homenagem que o lendário vocalista britânico Freddie Mercury prestou à sua gatinha.

A gata de Mercury, que tem o mesmo nome da canção, era “irresistível” e “imprevisível”. O vocalista adorava “aninhar-se” com Delilah, mas detestava quando a mesma fazia “xixi” na sua cama. Apesar de tudo, Mercury “amava-a” e acabava “sempre por perdoá-la”.

Tubarão

O tubarão, além de feroz e respeitado, é um dos seres vivos mais privilegiados do mundo animal – na perspetiva dos Unknown Mortal Orchestra (UMO). Passam o dia a “dormir e a nadar” na “doce e serena escuridão” oceânica. E é, precisamente, este estilo de vida que quer Ruban Neilson, vocalista dos UMO, nesta canção.

Polvo

De toda a discografia dos Beatles, Ringo Starr só compôs duas canções: “Don’t Pass Me By” e “Octopus’s Garden”. A última referida, conta Starr em “Anthology… So Far”, foi escrita na Sardenha quando o carismático baterista estava num iate a conversar com o capitão. “Ficámos no deck com capitão a falar sobre polvos. Ele contou-nos que eles [os polvos] gostam de ficar resguardados nas suas cavernas. Quando passeiam pelo oceano, ficam constantemente à procura de pedras brilhantes, de latas e de garrafas para colocarem à frente das suas cavernas – como se tivessem a decorar um jardim.”, disse Starr, admitindo que, “naquela altura”, “procurava ser assim”.

Starr, quando gravou a canção, pegou num copo de água e começou a fazer bolhinhas. Esse barulho consta na gravação.

Rato

Toda a bicharada conta… até o rato. Neste caso, é um rato de estimação que é protagonista do filme “Ben” de 1972. A canção, do mesmo nome, consta na banda sonora do filme e é uma declaração cantada da amizade que o dono tem pelo seu fiel amigo roedor. Para além de ser o hino de amizade, é também o primeiro hit de Michael Jackson enquanto artista a solo. Só é pena o desfecho do filme: o rato torna-se malvado e começa a recrutar outros ratos para atacarem humanos.

Texto editado por Filomena Martins.