O responsável sírio pelas Antiguidades, Mamou Abdulkarim, confirmou este domingo a destruição desta estrutura icónica do complexo, por membros do auto-proclamado Estado Islâmico (EI). Era o arco monumental da principal rua do complexo arqueológico de Palmira, cidade milenar declarada Património da Humanidade pela UNESCO em 1980.

“Tínhamos a informação de que haviam colocado explosivos em volta do arco, mas nunca imaginamos que realmente fossem assumir esta loucura, já que o monumento não tem qualquer sinais religiosos. Não achávamos que fossem atingir alvos sem conotação religiosa — lamentou. — Agora, já esperamos que a cidade inteira seja destruída”, relata Mamou Abdulkarim.

A cidade histórica foi tomada em maio pelo EI e deste então já destruíram várias estruturas, como os templos de Baal Shamin e o templo de Bel, com 2.000 anos, considerado a grande obra-prima de Palmira, desde que tomaram a cidade, em maio.

O Arco do Triunfo, situado na entrada da histórica rua com colunas das antigas ruínas, era o “ícone de Palmira”, afirmou Abdulkarim, alertando que os combatentes do estado islâmico já colocaram explosivos noutros monumentos.

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“Isto é uma destruição sistemática da cidade. Querem arrasá-la completamente”, disse. “Querem destruir o anfiteatro, a colunata. Neste momento, receamos por toda a cidade”, acrescentou, apelando à comunidade internacional que “encontre uma forma de salvar Palmira”.

O grupo destruiu monumentos pré-islâmicos, túmulos e estátuas que considera de idolatria, mas especialistas salientam que o ‘califado’ está também a ser financiado pela venda de artefactos no mercado negro.

Tanto a cidadela como as ruínas de Palmira foram classificadas como Património Mundial da Unesco (a agência das Nações Unidas para a educação e cultura) e, antes da guerra, atraíam cerca de 150 mil turistas por ano.