É mais um alto voo para Karl Lagerfeld e a Chanel. Ou mais uma prova de que uma simples passerelle em forma de corredor não satisfaz as vontades criativas do designer de moda. Depois de ter construído um supermercado onde até os pacotes de leite tinham o logótipo de luxo e de ter convocado uma manifestação para apresentar as suas coleções em estações passadas, desta vez o diretor criativo da marca resolveu transformar o Grand Palais num terminal de aeroporto para apresentar as suas propostas para a primavera de 2016.
Na verdade, não foi só o cenário a roubar todas as atenções da Semana da Moda de Paris na manhã de terça-feira, 6 de outubro. À semelhança do que aconteceu em estações passadas, tudo foi pensado ao pormenor, do nome da companhia que se lia em destaque — Chanel Airlines — ao painel de partidas e chegadas do aeroporto Paris Cambon (nome da rua onde funcionava o atelier da própria Coco Chanel e onde ainda hoje se ergue o quartel general da marca), passando pelos balcões de check in, os carrinhos e tapetes de bagagem e a porta de embarque número 5 (ou não fosse esse o número do mítico perfume Chanel).
As próprias modelos desfilaram como se fossem embarcar, com trolleys da marca a deslizarem pelo meio da assistência, sentada nas tradicionais cadeiras de aeroporto e onde se contavam várias musas de Lagerfeld, de Vanessa Paradis (juntamente com a filha, Lily Rose Depp) a Cara Delevingne.
O voo foi tão alto que nem as roupas e acessórios quiseram ficar em terra. Para além dos trolleys, Lagerfeld brincou com o tema da aviação em padrões que recuperam as letras coloridas dos painéis de chegadas, cintos semelhantes aos que temos de apertar a bordo, pins em forma de avião, óculos escuros de estilo aviador (replicados na maquilhagem) e até sandálias de velcro com solas sinalizadas como as pistas de aterragem.
Escusado será dizer que tudo isto é para viajar em primeira classe, com ou sem o cinto de segurança apertado.
