A justiça norte-americana acusou um antigo presidente da assembleia geral das Nações Unidas, John Ashe, de ter aceitado subornos de um milionário chinês, que vive em Macau, em troca de contratos governamentais.

Um procurador de Nova Iorque, citado pela BBC, concluiu que John Ashe e os seus parceiros, “unidos pela ganância, transformaram a ONU numa plataforma para ganhar dinheiro”. Ashe, que foi um membro residente das Nações Unidas em nome da Antígua e Barbuda (arquipélago das Caraíbas), terá recebido 1,3 milhões de dólares, dinheiro que usou para comprar bens de luxo.

Segundo os procuradores, John Ashe terá tirado partido da sua posição como membro residente para promover nas Nações Unidas o apoio a um patrocínio muitos milhões de dólares a um centro de congressos que o empresário Ng Lap Seng queria construir em Macau, onde reside. Este centro de congressos deveria funcionar como uma operação satélite para um organismo mundial.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon mostrou-se já “chocado e profundamente perturbado” pelas acusações. John Ashe foi eleito presidente da assembleia das Nações Unidas em 2013. Este mesmo cargo foi ocupado pelo português Diogo Freitas do Amaral em 1995.

Nas palavras do procurador americano, Preet Bharara, John Ashe vendeu-se a si próprio e à instituição global que liderava em troca de relógios Rolex, um campo de basquetebol e fatos de luxo. O esquema de subornos durou entre 2011 e 2014, incluindo o ano em que Ashe liderou a assembleia da geral da ONU, que tem sede em Nova Iorque.

As autoridades americanas detiveram John Ashe esta quinta-feira, e mais cinco outros suspeitos, incluindo o milionário chinês e um outro diplomata da República Dominicana. As investigações vão prosseguir.

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