O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, deixou algumas indiretas aos atuais presidente e treinador do Sporting, Bruno de Carvalho e Jorge Jesus, num discurso feito na inauguração do clube Casa de Algueirão e Mem Martins.

“Apelo aos benfiquistas que ignorem o ruído, que não beneficia ninguém. Falemos de nós e preocupemo-nos apenas com o Benfica. Sei como presidente que tenho a obrigação de defender de forma intransigente o bom nome do clube e deixo-vos a garantia de que assim farei, mas nos lugares próprios”, disse Luís Filipe Vieira.

O atual treinador dos ‘leões’ também saiu ‘beliscado’ nas palavras de Vieira: “Na Liga dos Campeões revelámos que estamos a dar passos seguros, que temos um grupo unido e motivado e um treinador que assume a dimensão europeia do Benfica, sem medo, e que está decidido a levar o clube ao ‘tri’ [ganhar o terceiro campeonato consecutivo].”

O presidente dos ‘encarnados’ sublinhou a “opção difícil” que tomou e “a grande mudança” que o clube assumiu “por convicção”, de “uma aposta clara na formação do Seixal e num treinador que acredita no trabalho dos seus jogadores, tenham eles 30 ou 18 anos”.

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“É uma mudança grande, só possível porque temos um treinador corajoso, capaz de assumir um desafio que não é para todos”, reforçou Luís Filipe Vieira, em nova “indireta”, antes de passar a enumerar as ambições que o movem.

Entre elas, a de transformar o Caixa Futebol Campus “num centro formador de referência a nível mundial”, de ver os jovens talentos da formação “jogarem na equipa principal” e esta “apoiada sem necessidade de tochas e petardos”, numa alusão aos incidentes ocorridos com apoiantes do Benfica no estádio Vicente Calderón, em Madrid, no jogo com o Atlético de Madrid para a Liga dos Campeões, deixando o clube em risco de ser severamente punido pela UEFA.

As ambições de Vieira são mais vastas: “Gostava que o futebol se valorizasse apenas pelo jogo, que a indústria do futebol crescesse, que as receitas aumentassem, que os patrocinadores viessem, que a FPF, a Liga e os clubes trabalhassem em conjunto, que tivéssemos uma seleção constituída pelos talentos formados nos clubes.”

“Chegámos aqui de forma planeada depois de um longo período de recuperação de credibilidade e outro de investimento, no qual se inclui a aposta no Caixa Futebol Campus e nos talentos aí gerados, um modelo que concilia a criação de uma equipa competitiva e a redução do endividamento do clube”, disse Luís Filipe Vieira, apelando aos benfiquistas para apoiarem uma equipa “sólida”, um plantel “que dá garantias” e a encherem o estádio da Luz e os estádios onde a equipa vá jogar, em Portugal e no estrangeiro.