Os vinte minutos de comentário semanal de Marcelo Rebelo de Sousa eram, afinal, mais do que política, desporto ou livros. O professor contou na sua despedida televisiva, devido à candidatura à Presidência da República anunciada na sexta-feira, as histórias mais divertidas passadas na TVI. Em estúdio com Marcelo estiveram os jornalistas que o acompanharam entre 2000 e 2015: José Alberto Carvalho, Judite de Sousa, Júlio Magalhães, João Maia Abreu, José Carlos Castro e Ana Sofia Vinhas. Sérgio Figueiredo, diretor de informação da TVI, disse que Marcelo Rebelo de Sousa faz parte da história da televisão.

Sem comentários, sem respostas a perguntas e sem pilhas de livros, Marcelo esteve pela última vez na TVI na qualidade de comentador. Aproveitou para relembrar alguns dos episódios mais divertidos dos últimos 15 anos – esteve na TVI entre 2000 e 2004, interrompendo até 2010 quando esteve na RTP, e retomando entre 2010 até agora – a que o público não teve acesso. Aqui estão eles.

  • A caixa? Qual caixa – Um dos mistérios por desvendar do espaço de comentário semanal passou-se com Júlio Magalhães quando este não conseguiu conter o riso quando Marcelo comentava as sondagens de Ferro Rodrigues face a Durão Barroso, antes das eleições legislativas de 2002. Marcelo até lhe pediu para ele virar a cara, mas Magalhães chegou mesmo às lágrimas. Este domingo, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a Universidade de Direito lhe pediu para mostrar na televisão uma medalha de ouro que uma comitiva ia entregar ao Papa. Mas Marcelo, que levou a caixa para a redacção da TVI, não sabia onde a relações públicas da estação a tinha guardado e todos os jornalistas e técnicos procuravam a caixa enquanto o professor falava. “Até José Eduardo Moniz estava a ligar para aqui a dizer para encontrarem a caixa”, lembrou o professor. Júlio Magalhães conta uma versão um pouco diferente e diz que o professor estava reticente em mostrar uma medalha da sua própria universidade na televisão e esqueceu-se de propósito. A caixa lá foi encontrada e seguiu para Roma, mas as queixas que este episódio provocou levaram a que se fizesse uma reportagem no dia seguinte só sobre a caixa.
  • O BCP em vez do PCP – José Carlos Castro lembrou o dia em que Marcelo lhe disse que ia falar sobre o BCP, mas ele percebeu PCP. “Eu só pensei, o que é que eu digo sobre o PCP?”, lembrou o professor que terá falado dois minutos sobre o comité central do PCP sem qualquer notícia. José Carlos Castro disse depois que a jornalista que fez a peça e seguia o PCP garantia que não se tinha passado nada no partido que merecesse relevo naquela semana e que o mal entendido aconteceu porque o professor ligou às cinco da manhã e deixou uma mensagem no voice mail que foi entendida como PCP em vez de BCP.
  • Os diretos mais estranhos – Quando Marcelo Rebelo de Sousa ia de férias, os comentários não paravam. Isso fazia com que a TVI tivesse de encontrar estúdios ou outras maneiras de transmitir o comentário de Marcelo. O professor relembrou um episódio em que foi assistir a uma partida ténis em Roland Garros e a TVI conseguiu uma janela junto ao Arco do Triunfo. Marcelo confessou esta noite que estava tão inclinado na janela que havia técnicos a segurarem-lhe nas pernas. Os jornalistas lembraram diretos em Istambul e noutros pontos do mundo.
  • Os microfones caídos – Nos diretos no exterior, a queda dos microfones era uma constante em Marcelo que gesticula bastante. Num dos casos, no Algarve, foi um técnico aos pés de Ana Sofia Vinhas que lhe entregou o microfone e outra vez, em Paris, foi o filho do professor que lhe entregou o microfone que tinha caído.
  • As ofertas do professor –  Houve ainda tempo para lembrar as ofertas do professor aos interlocutores. A Júlio Magalhães, Marcelo chegou a levar um leitão inteiro e a dar-lho em direto. Já Judite de Sousa disse ter recebido muitas bolachas e doces porque o professor dizia que ela estava magra. “Houve uma vez que o professor trouxe um padeiro do Algarve que fazia aquelas tortas de quilómetros e encheu completamente o estúdio”, recordou a jornalista.

Marcelo Rebelo de Sousa disse, ainda, que a decisão sobre a corrida a Belém tinha sido tomada recentemente e que foi preciso ponderar muitas questões como o comentário na TVI, a faculdade e a vida pessoal. O neto aconselhou-o a ficar como Presidente apenas cinco anos, caso venha a ganhar as eleições, agendadas para janeiro de 2016.

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