Dezanove gestores europeus de investimento e fundos de pensão juntaram-se para exigir que os fabricantes de automóveis expliquem como tentaram influenciar os organismos públicos sobre a política de emissões de poluentes, avança esta terça-feira a agência Reuters.

O grupo escreveu cartas (em separado) para 11 grandes fabricantes de automóveis, como a Volkswagen, BMW, Honda, Daimler, General Motors, Ford, Fiat, Peugeot e Toyota. Outra carta foi enviada para Carlos Ghosn, presidente executivo das fabricantes Nissan e Renault, para entender o bom desempenho dos carros destas marcas, segundo relata a agência. Os gestores somam um capital de quase 878 biliões de euros, segundo cálculos da Reuters.

“Quando se trata do envolvimento em curso entre uma empresa e os regulamentos que a afetam decisivamente, muitas vezes há poucos detalhes disponíveis para os investidores”, explica Dylan Tanner, diretor executivo da organização InfluenceMap, que analisa e classifica as empresas em função do lobby sobre políticas públicas e ambientais, e que ajudou a coordenar o envio das cartas.

Tanner justifica o movimento dos investidores a partir da necessidade de transparência entre investidores e fabricantes. “O caso Volkswagen destaca a necessidade de uma maior regime de divulgação, tanto da posição específica da empresa sobre a legislação fundamental, quanto da sua participação no processo político”, esclarece.

A Volkswagen admitiu no início deste mês que 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo estão equipados com os chamados “dispositivos de desactivação”, que accionam controlos de poluição durante os testes de emissões, mas automaticamente os desligam quando o carro está em condução. Como consequência, Martin Winterkorn, o presidente executivo da Volkswagen, demitiu-se e a empresa cortou mil milhões de euros por ano em investimentos.

A SIVA, a distribuidora do grupo Volkswagen em Portugal, identificou 94.400 mil veículos com um software de emissões poluentes manipulado.

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