O adolescente norte-americano de origem sudanesa, Ahmed Mohamed, a viver no Texas, cujo professor confundiu o seu relógio digital caseiro com uma bomba, aceitou uma bolsa de estudo e vai mudar-se para o Qatar com a família, avança a BBC.

Depois do incidente, o rapaz aceitou uma bolsa de estudos da Fundação Qatar para a Educação, Ciência e Desenvolvimento Comunitário, que ofereceu uma bolsa integral para o ensino secundário e universitário.

“Nós vamos para um lugar onde os meus filhos possam estudar e aprender, e todos eles possam ser aceites por esse país,” disse o pai de Ahmed, Mohamed Elhassan Mohamed. “A nossa família foi esmagada pelas muitas ofertas de apoio que temos recebido desde o incidente infeliz da prisão de Ahmed”, acrescentou a família em comunicado. Entretanto o jovem adolescente já visitou o Qatar e mostra-se entusiasmado com a mudança.

“O Qatar é um lugar interessante para visitar. Eu amei a cidade de Doha, porque é muito moderna. Vi muitas escolas incríveis lá, muitos delas como os campus das universidades americanas famosas” (…) Os professores foram ótimos. Eu acho que vou aprender e divertir-me muito”.

O caso de Ahmed Mohamed, de 14 anos, tornou-se viral depois de ele ter sido detido por causa do relógio, que tinha construído para um projeto de engenharia. O jovem foi retirado da escola algemado, depois do professor chamar a polícia. Foi levado para um centro de detenção e ainda foi suspenso das atividades escolares por três dias.

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Depois da situação ter sido divulgada surgiram alguns comentários a defender a ideia de que Ahmed foi tratado injustamente por causa do seu nome e da sua origem religiosa. As autoridades do Texas explicaram a posição que tiveram de tomar, alegando a sua preocupação com a segurança dos outros estudantes.

Na altura do incidente, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convidou Ahmed através do Twitter para uma visita à Casa Branca. O encontro aconteceu na segunda-feira, durante a Noite de Astronomia da Casa Branca, que juntou estudantes, professores, cientistas, astronautas e algumas celebridades.

Além de ter sido convidado para visitar a Casa Branca, Ahmed recebeu nas redes sociais, na altura da divulgação do incidente, várias manifestações de apoio de cientistas, políticos e celebridades, incluindo o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, que valorizou a ambição e habilidades de Ahmed e que defendeu que quem tenta inventar algo interessante deve ser aplaudido, ao invés de ser preso.

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