A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) inaugura no domingo um simulador sísmico que vai permitir à população sentir o que acontece durante um sismo, no dia em que se assinalam 260 anos do terramoto de Lisboa.

“A placa simula uma trepidação semelhante a um sismo, para que as pessoas possam experienciar, estando a terra a tremer debaixo de si, como é que depois procedem nos três gestos que salvam: baixar, proteger e aguardar”, explicou à Lusa Lídio Lopes, responsável pela segurança da SCML.

No domingo, a placa simuladora estará no Largo Trindade Coelho, em Lisboa, onde se situa a sede da SCML, mas depois, de 2 a 7 de novembro, estará disponível para os utentes, colaboradores e comunidade no Pólo de Inovação Social da Mitra, entre as 9h e as 17h30.

Na manhã de domingo, a companhia de teatro Lua Cheia realizará uma pequena performance no percurso entre o Largo Trindade Coelho, o Largo do Chiado, o Largo do Carmo, o Rossio e o Terreiro do Paço, simulando um ambiente familiar, com o objetivo de transmitir boas práticas de segurança à população.

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“A SCML tem uma relação direta com a data, porque já existia em 1755 e viu o seu património destruído, nomeadamente a sua sede. E, por isso, entende ser seu dever, tal como naquela altura, em que ajudou quem precisava, contribuir hoje para informar os seus utentes, os seus colaboradores, mas também a população para os bons comportamentos a adotar em situação de catástrofe natural, em especial de risco sísmico”, acrescentou Lídio Lopes.

O programa inclui, ainda, uma mesa redonda sobre o risco sísmico, na segunda-feira, às 16:00, na sala das extrações da SCML, em que vai participar um técnico da Autoridade Nacional de Proteção Civil, um técnico do Serviço Municipal de Proteção Civil e o Martunis, o jovem que foi encontrado na Indonésia com a camisola da seleção nacional 23 dias depois do ‘tsunami’ de 2004.

No dia 01 de novembro de 1755, milhares de pessoas morreram em Lisboa, na sequência de um terramoto que se calcula hoje ter tido 8,5 na escala de Richter, seguido por um maremoto e um fogo que destruiu praticamente a baixa da cidade.

De acordo com um estudo recente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), um próximo terramoto em Portugal, com as atuais condições poderá matar entre 17 a 27 mil pessoas, sobretudo na Grande Lisboa, Vale do Tejo, Costa Alentejana e no Algarve.