O Senado dos Estados Unidos aprovou o acordo entre democratas e republicanos para aumentar o limite de endividamento do país, e assim evitar o incumprimento no pagamento da dívida pela maior economia do mundo. O acordo deverá permitir aos EUA continuarem a emitir dívida menos por mais dois anos.

Tem sido um dos mais polémicos e difíceis temas de discussão entre a administração Obama e os democratas, e os seus adversários políticos, os republicanos. Por mais que uma vez, a incapacidade dos dois partidos chegarem a acordo e as guerras com a administração Obama deixaram os EUA muito perto do incumprimento.

Agora, numa altura em que a campanha nas primárias dos dois partidos começa a aquecer, em especial do lado republicano, os dois partidos e a administração Obama chegaram a acordo para estender o limite de endividamento do país pelo menos por mais dois anos, deixando para o próximo presidente mais uma negociação delicada.

Mas o acordo não chegou sem um acordo agridoce. Os republicanos tiveram que aceitar um aumento da despesa em cerca de 80 mil milhões de dólares nestes dois anos, quando a grande reivindicação é cortar nos custos do orçamento federal – que tem um défice anual na ordem dos 4 biliões de dólares.

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Os democratas não se ficaram a rir por muito, já que para conseguirem o sim dos republicanos foram obrigados a aceitar colocar mais 32 mil milhões de dólares no fundo de emergência para guerras (a acrescer aos 80 mil milhões de acréscimo de despesa) e, para compensar os gastos extra, terão de aplicar cortes no Medicare, o sistema de saúde de apoio às pessoas com mais de 65 anos, e nas prestações sociais para pessoas com incapacidade, e ainda aceitar vender parte das reservas estratégicas de petróleo dos Estados Unidos.

O acordo foi aprovado com 64 votos a favor e 35 contra, seguindo agora para Barack Obama promulgar.

O Departamento do Tesouro tinha alertado que os Estados Unidos só poderiam continuar a operar mais uma semana ao ritmo atual sem aumentar o limite de endividamento do país. Depois disso, teria de aplicar uma paralisação parcial de muitos dos serviços do Governo, tal como aconteceu em 2013, quando o Governo Federal foi obrigado a uma paragem de 16 dias devido à falta de acordo para aumentar o limite de endividamento.