gigante californiana dos videojogos Activision Blizzard chegou a acordo para a compra da King Digital Entertainment pelo equivalente a 5,35 mil milhões de euros. A criadora de videojogos bem conhecidos como as séries Call of Duty e World of Warcraft aceitou pagar pela produtora dos jogos Candy Crush um valor que representa, sensivelmente, a soma do valor de todos os bancos cotados na bolsa portuguesa (BCP, BPI e Banif).

É um dos maiores negócios de sempre na indústria dos videojogos. A Activision, uma produtora que faz essencialmente jogos para aficionados deste tipo de entretenimento, paga 5,9 mil milhões de dólares para não ficar para trás no segmento de jogos mais leves, destinados a jogadores casuais que utilizam smartphones ou outros dispositivos móveis para jogar.

Segundo a King Digital, há em todo o mundo 474 milhões pessoas a jogar os seus jogos (utilizadores mensais ativos), o equivalente à soma entre toda a população da zona euro e, ainda, da Rússia.

A King Digital Entertainment, sedeada em Dublin, tem parte do seu capital cotado na bolsa de Nova Iorque há menos de dois anos. Cada ação valia, ao final de segunda-feira, 15,54 dólares, pelo que os 18 dólares pagos pela Activision representam um prémio de cerca de 15% face ao preço da King Digital em bolsa. À boleia do sucesso dos jogos Candy Crush, a empresa irlandesa foi para a bolsa no início de abril de 2014, a 22,50 dólares por ação, e há vários meses que a cotação tinha estagnado na região dos 14/15 dólares por ação.

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Como se justifica o preço pago? Segundo a Bloomberg, a King Digital produz dois dos cinco jogos para dispositivos móveis mais lucrativos dos EUA: o Candy Crush Saga e o Candy Crush Soda Saga. Apesar da popularidade destes jogos, a empresa tem tido dificuldade em lançar títulos que consigam igualar o sucesso económico dos Candy Crush.

Com este negócio, “abrem-se novas oportunidades, oportunidades que não tínhamos antes”, escreveu em comunicado Riccardo Zacconi, presidente e um dos fundadores da King Digital. “É o próximo passo“, afiança o responsável.

Do lado da Activision, a produtora californiana vai financiar a operação através de uma linha de crédito obtida junto da banca e, como tem sido hábito em várias fusões e aquisições por empresas dos EUA, utilizar 3,6 mil milhões de dólares que a empresa tem fora dos EUA. Tem havido uma tendência de empresas com vendas elevadas fora dos EUA para usar o dinheiro para fazer aquisições e outros investimentos, evitando, assim, suportar os impostos que teriam de pagar caso repatriassem esses lucros.

“Vamos servir quase 500 milhões de pessoas por mês”, afirmou o presidente da Activision, Bobby Kotick, numa referência a este negócio citada pela Bloomberg. “Além do YouTube e do Facebook, não existe outra rede maior na área do entretenimento mundial”, acrescentou o responsável.