Em Yogyakarta, uma cidade na ilha de Java, as autoridades apreenderam brinquedos importados da China que alegadamente exibem símbolos “comunistas”. Foram apreendidos 27 brinquedos ostentando bandeiras soviéticas ou o símbolo da foice e do martelo, mas o tipo de brinquedos em causa não foi revelado. Os vendedores não sofreram qualquer retaliação e a maioria desconhecia o significado dos símbolos. Os comerciantes foram, no entanto, avisados para terem maior cuidado em futuras encomendas.

A razão por detrás da apreensão dos brinquedos, tem a ver com o receio de que estes possam incentivar as crianças a interessar-se pelo comunismo, refere o Jakarta Globe. A ideologia comunista está banida no país desde meados dos anos 60, depois de um trágico massacre que vitimou mais de dois milhões, suspeitos de serem simpatizantes comunistas.

“Estamos preocupados que os símbolos possam ser atraentes para os nossos filhos ao longo do tempo. Se isso acontecer, em seguida, os ideais podem entrar nas suas mentes “, disse o tenente-coronel Kavaleri Tumadi ao mesmo jornal.

A apreensão dos brinquedos “comunistas” acontece quando se celebra o 50º “aniversário” do massacre liderado por supostos militares comunistas entre 1965-1966, escreve o Quartz. O comunismo foi proibido na Indonésia desde o massacre, o país de maioria muçulmana mais populoso do mundo, que foi provocado por uma tentativa de golpe atribuído ao partido comunista, razão pela qual os eventos que assinalem a data estão a ser reprimidos pelas autoridades.

A organização do festival literário Ubud Writers and Readers Festival foi pressionada a cancelar eventos relacionados com o massacre. E no mês passado, uma revista universitária foi também pressionada para destruir todas as cópias de uma edição com artigos sobre a tragédia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR