Eram mais de 4,5 milhões os portugueses, com 18 ou mais anos, que, em 2014, apresentavam excesso de peso ou obesidade. Este número, revelado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), equivale a 52,8% da população em análise e traduz um aumento de 1,9 pontos percentuais face a 2005/2006, data do último inquérito. 

Dos 52,8% dos portugueses – mais de 4,5 milhões – com excesso de peso, 16,4% – 1,4 milhões – sofriam mesmo de obesidade, sendo que os homens tinham mais excesso de peso e as mulheres apresentavam uma maior percentagem de obesidade. 

Por grupo etário, verifica-se que a obesidade atingia mais a população com idades entre 45 e 74 anos, enquanto o excesso de peso de grau II era observado sobretudo na população entre 65 e 74 anos.

Na última década, o “aumento da obesidade foi o mais expressivo” (+ 1,2 pontos percentuais do que em 2005/06), lê-se no Inquérito Nacional de Saúde 2014, divulgado esta quarta-feira,” tendo afetado principalmente as mulheres e a população com idades entre os 45 e os 74 anos”.

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Para completar este retrato, recorde-se os dados do relatório “Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) Portugal 2013”, conhecido em setembro, que mostrou que cerca de uma em cada três crianças portuguesas, com idades compreendidas entre os seis e os oito anos, sofria de excesso de peso em 2013. E 14,2% das crianças eram obesas.

Ainda de acordo com este inquérito, cujo objetivo principal é caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida, quase 35% da população com 15 ou mais anos consumia bebidas alcoólicas diariamente, em 2014, mais de 90% da população com mais de 65 anos consumia medicamentos e mais de um quinto da população com 15 ou mais anos consumiu medicamentos (nas duas semanas anteriores) não prescritos pelo médico.

Deste inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), resultam ainda outras conclusões como a de que há mais portugueses com hipertensão arterial do que em 2005/06, mais pessoas com diabetes, depressão, bronquite crónica e problemas renais, por exemplo. 

Em relação ao consumo do tabaco, a proporção de fumadores manteve-se estável na última década, “observando-se todavia
uma redução dos fumadores regulares (que fumam diariamente) de quase 2 pontos percentuais” face a 2005/2006. Em 2014, cerca de 20% dos portugueses com 15 ou mais anos fumava. Destes, 16,8% faziam-no diariamente.