Matthias Müller e Hans Dieter Pötsch não são escolhas acertadas para liderar a Volkswagen na recuperação do escândalo das emissões poluentes. Esta é a opinião de um dos principais investidores na empresa, a Union Investment, que não quer ver nem o antigo diretor da Porsche nem o ex-diretor financeiro da Volkswagen, agora, promovidos a presidente da comissão executiva (CEO) e a presidente do conselho de administração (chairman), respetivamente.

“Seria melhor ter pessoas novas, frescas, para reconquistar a confiança dos mercados de capitais”, diz Ingo Speich, um dos rostos da Union Investment, uma importante gestora de ativos na Alemanha que é um dos 15 maiores investidores da Volkswagen. Citado pelo Financial Times, Speich diz-se “dececionado com as decisões de pessoal tomadas na Volkswagen e com a informação que foi prestada”. “É tudo uma questão de confiança e, do ponto de vista do mercado de capitais, a empresa não está a comunicar de forma acertada“, lamenta Ingo Speich.

As ações da Volkswagen derrapam 43% desde meados de setembro, quando estoirou o escândalo das emissões poluentes. Demitiu-se Martin Winterkorn, que era presidente da comissão executiva, mas a empresa optou por ir buscar Matthias Müller à Porsche, empresa que controla 30,8% da Volkswagen.

“O sr. Müller já fazia parte da Volkswagen antes. Além disso, liderava a Porsche e a Porsche também usava os motores diesel“, afirmou Speich, criticando a falta de comunicação ao mercado que a Volkswagen tem tido, eventualmente insuficiente para recuperar a empresa do escândalo das emissões poluentes, através de um kit fraudulento que terá sido instalado em cerca de 11 milhões de carros em todo o mundo para falsificar os resultados dos testes às emissões.

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