A maioria dos candidatos republicanos à presidência dos EUA defenderam neste domingo o fim do acolhimento de refugiados sírios, após os atentados de Paris, para evitar a infiltração de terroristas do Estado Islâmico (EI). O senador Marco Rubio declarou à cadeia de televisão ABC que “não existe nenhuma forma de verificar os antecedentes dos refugiados que chegam da Síria”, questionando: “A quem podem pedir na Síria para fazer essa verificação?”

“Em 1.000 refugiados que chegam, 999 podem ser pessoas pobres que fogem da opressão e da violência, mas um deles por ser um combatente do EI”, acrescentou Marco Rubio.

Jeb Bush, outro dos candidatos às eleições primárias do Partido Republicano, considerou que os esforços da política norte-americana “devem ser concentrados na proteção dos cristãos que estão a ser massacrados” na Síria.

Outros representantes republicanos adotaram idêntica posição face aos atentados de sexta-feira, em Paris, depois de o presidente norte-americano, Barack Obama, ter anunciado, em setembro, que os EUA vão acolher 10 mil refugiados sírios até setembro de 2016.

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Esta decisão foi apoiada pela candidata democrata Hillary Clinton, embora ela insista na necessidade de se proceder a uma seleção dos refugiados a acolher.

A Casa Branca veio hoje esclarecer que o processo obedece a critérios restritos e que os refugiados sírios chegam a “conta-gotas” ao território norte-americano. “Nós não podemos fechar as portas a estes refugiados”, insistiu Ben Rhodes, adjunto do presidente norte-americano para a Segurança Nacional. “Fazer vir para este país gente que vem daquela região do mundo será um enorme erro”, criticou o neurocirurgião Ben Carson, candidato que segue logo atrás do milionário Donald Trump, nas sondagens da Fox News.

Por seu lado, o senador ultra-conservador Ted Cruz afirmou que “é a loucura” permitir a entrada desta vaga de refugiados sírios, alertando que 77 por cento dos refugiados são jovens.

Marco Rubio, Jeb Bush e o senador Lindsey Graham apelaram hoje à França que invoque o artigo n.º 5 do Tratado da NATO, que prevê que um ataque armado contra um país membro é considerado um ataque contra todos os países da Aliança. “Espero que a França invoque esse artigo. O mundo deve assumir a guerra contra o EI”, declarou Lindsey Graham à cadeia de televisão CNN.