A Presidente brasileira Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que 90% das mortes nos acidentes de trânsito em todo o mundo ocorrem em países em desenvolvimento, onde circula apenas 54% dos veículos, e defendeu maior cooperação internacional no tema. “A cooperação permite identificar desafios comuns, encurtando o caminho para soluções também comuns”, afirmou na abertura da 2.ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que hoje começou em Brasília.

No evento deverão participar cerca de 1.500 pessoas, incluindo representantes de mais de 120 países, da sociedade civil, do setor privado e de organizações internacionais, como a diretora geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, e a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carissa Etienne.

A conferência, coorganizada pelo Governo brasileiro e pela OMS, irá discutir temas como legislações, medidas de prevenção, mobilidade, infraestrutura, atendimento médico, tecnologias, gestão e ações para ciclistas, pedestres e motociclistas.

No final do evento, espera-se que sejam estabelecidos parâmetros de ações preventivas contra mortes e lesões que comporão a “Declaração de Brasília sobre Segurança no Trânsito”. Dilma Roussef afirmou que cálculos da OMS apontam para um aumento, até 2030, do aumento dos acidentes fatais em 30%, pelo que “é fundamental” que a indústria automobilística incorpore novas tecnologias de segurança e padronização de equipamentos, e que os Governos se engajem nos debates das Nações Unidas sobre o tema.

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Segundo a OMS, 1,25 milhões de pessoas morrem todos os anos em acidentes de trânsito, e a meta das Nações Unidas é reduzir em 2020 aquele valor a metade.

A Presidente brasileira citou as ações do país para combater a mortalidade, como a Lei Seca, que fiscaliza se os condutores beberam antes de conduzirem uma viatura e a obrigatoriedade de equipamentos de segurança. Entre 2012 e 2013, as mortes no Brasil diminuíram 6%, mas “ainda é muito elevada a morte por causas relativas ao consumo de álcool”, disse.

Dilma Rousseff também afirmou que a prevenção dos acidentes também resulta em benefícios secundários, já que os prejuízos causados por acidentes são estimados em 3% do Produto Interno Bruto mundial.