Jonathan Pollard, um judeu norte-americano espião pago por Israel, saiu da prisão nos Estados Unidos, após 30 anos de uma reclusão considerada excessiva pelo Estado hebreu.

O anúncio da libertação foi feito em Israel, pelo principal grupo de apoio de Pollard.

“O povo de Israel saúda a libertação de Jonathan Pollard, que após três longas e difíceis décadas regressa à família”, congratulou-se o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

“Depois de ter apresentado esta questão aos presidentes norte-americanos, durante vários anos, esperava este dia com impaciência”, sublinhou Netanyahu.

Os advogados de Pollard ainda não confirmaram a libertação da prisão de Butner, uma pequena cidade no estado da Carolina do Norte (costa leste).

Atualmente com 61 anos, o caso de Pollard foi durante vários anos uma das principais divergências entre Israel e os Estados Unidos, cujos sucessivos presidentes, de Ronald Reagan e Barack Obama, recusaram sempre libertar antecipadamente.

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O ex-analista da marinha norte-americana está proibido de sair durante cinco anos de território norte-americano.

Diplomado pela universidade de Stanford, Pollard foi considerado culpado em 1987 de ter fornecido a Israel, entre junho de 1984 até ser detido, em novembro de 1985, milhares de documentos secretos sobre as atividades de espionagem dos Estados Unidos, principalmente nos países árabes.

Pollard terá ajudado Israel a bombardear em 1985 o quartel-general da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), na altura exilada na Tunísia, e a assassinar o “número dois” da OLP Abu Jihad, em Tunes, em 1988.

Para os Estados Unidos, o espião a soldo de Israel prejudicou consideravelmente os interesses norte-americanos em plena Guerra-Fria.

A promessa de liberdade condicional surgiu em julho, alguns dias depois do anúncio de um acordo centre as potências ocidentais do grupo 5+1 [cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU – Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha] e Teerão sobre o programa nuclear iraniano.

Observadores sugeriram então tratar-se de um gesto de compensação de Washington para Israel, uma hipótese afastava por vários especialistas.

“Esta libertação poderá, talvez, ajudar as relações (israelo-norte-americanas) em mau estado depois do acordo com o Irão, mas não resultou daí”, considerou Michael Brenner, diretor do centro de estudos de Israel da Universidade Americana de Washington.