Dezassete dos 18 detidos na semana passada pela Polícia Judiciária por suspeitas de tráfico de pessoas, extorsão, lenocínio, falsificação de documentos e associação criminosa ficaram em prisão preventiva, anunciou hoje a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).

Segundo a PGDL, os detidos, com idades compreendidas entre os 20 e os 63 anos, começaram a ser ouvidos na passada quarta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal da comarca de Lisboa oeste, em Sintra, tendo o primeiro interrogatório judicial terminado na segunda-feira.

A PGDL refere que na operação realizada pela PJ, intitulada “Corda bamba”, foi desmantelada uma associação criminosa, com uma “liderança forte e com membros, na maioria estrangeiros, que se repartiam entre tarefas administrativas, coação e violência das vítimas no trabalho e transporte entre explorações”.

Acrescenta o Ministério Público (MP) que a associação transportava imigrantes naturais dos seus países em carrinhas, prometendo-lhes “bons salários, horário de trabalho, cama e roupa lavada” em explorações agrícolas em Portugal, o que os imigrantes não encontravam quando chegavam a Portugal.

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O grupo é suspeito dos crimes de tráfico de seres humanos para exploração laboral, exploração sexual de mulheres e extorsão de outras pessoas.

No decurso da operação, a PJ deteve 18 pessoas — 13 homens e cinco mulheres – e realizou 30 buscas domiciliárias e a empresas nas localidades de Ameal (Torres Vedras), Olho Marinho e Usseira (Óbidos), Santiago do Cacém, Vila Nova de Milfontes e São Teotónio (Odemira), Beja e Serpa.

A PJ apreendeu ainda material diverso alegadamente relacionado com os crimes e identificou mais de uma centena de pessoas.

A investigação, que continua, foi dirigida pelo MP da 4.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra, em colaboração com a Unidade Central de Combate ao Terrorismo (UNCT) da PJ.