Será possível as complicadas, complexas e tensas relações bilaterais entre Taiwan e a China misturarem-se com o clássico do futebol espanhol Real Madrid – Barcelona? Há alguns anos isso seria impensável. Mas nos dias de hoje, num mundo globalizado e onde a indústria do futebol tira grandes proveitos em mercados como o asiático, essa situação é perfeitamente possível. E aconteceu mesmo.

No passado fim de semana os catalães golearam o Real Madrid em pleno Bernabéu por 4-0. Como já é habitual, o “El Clásico” foi transmitido em várias cidades dos mundo, dá conta a Marca. Mas há mais. O marketing e a evolução das transmissões televisivas permitem acompanhar em direto a reação das pessoas que assistem ao jogo a cada golo ou jogada mais genial. E Xangai, Miami e Tripoli foram os locais escolhidos para tirar partido dessa capacidade tecnológica. Assim, sempre que a bola entrava na baliza, as imagens passavam para um destes locais filmando a festa ou a desilusão no outro lado do mundo. E foi aqui que começou o problema.

Sempre que era golo, os 350 chineses que assistiam à partida num cinema em Xangai sofriam verdadeiros calafrios que acabaram em revolta. Isto porque, a cidade era identificada, em rodapé, como localizada na República da China e não na República Popular da China.

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O erro foi, entretanto, corrigido para quem voltar a assistir à transmissão do Real Madrid – Barcelona.

O problema aqui é que a República da China é a denominação utilizada por Taiwan que reclama a verdadeira legitimidade de governação ido país. E a China continental é a República Popular da China. Este erro foi visto como um ultraje pelos cidadãos do país com alguns a saírem da sala em direto e com as redes sociais em erupção com a revolta dos chineses.

No entanto, para quem voltar a assistir ao jogo, a denominação República da China foi apagada aparecendo apenas “China”.

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