Não é por mero acaso que as máscaras de pestanas são dos produtos de beleza mais vendidos no mundo. Todas as mulheres querem ter cílios grandes, alongados e revirados. E mesmo aquelas que, no dia-a-dia, mal se maquilham, têm na máscara o produto que faz parte da velhinha rotina matinal. Mas eis que, com a chegada das pestanas postiças (e das irmãs Kardashian), as camadas e camadas de máscara já não chegam: queremos ter “pestanões”.

A cultura das celebridades e das soluções de beleza instantâneas levaram a que, nos últimos anos, as pestanas postiças tenham tido um dos maiores crescimentos no mercado da beleza. E se se está a perguntar o que é que os cientistas foram desencantar desta vez, este artigo é para quem as usa… todos os dias.

Perigos: de lesões na córnea a perda de pestanas

No início do mês, a BBC publicou uma notícia onde referia que, no Japão, onde esta tendência é maior do que até nos Estados Unidos da América, uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de irritação após a aplicação de pestanas postiças. Os danos podem ser desde arranhões a buracos na córnea devido às bactérias e poluição que se acumulam nos cílios. A cola também parece estar relacionada com os danos, não só pelos seus componentes químicos que, em algumas marcas, criam irritações, mas também porque danifica as pestanas naturais.

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No entanto, o maior perigo começa quando a aplicação de pestanas se torna um ciclo vicioso, ou seja, a sua utilização é diária. O peso das extensões pode causar tensão no folículo piloso da pestana natural e levar à sua queda sem novo crescimento.

Um especialista em cirurgia capilar disse ao jornal britânico Daily Mail que já tratou pacientes que haviam ficado com falhas na linha de pestanas ao ponto de terem de continuar a usar cílios postiços para disfarçar as falhas que já tinham. Quando as pestanas sofrem um dano pontual, naturalmente vão recuperar e voltar a crescer. Mas se esse dano é permanente — e se continua a usar pestanas para ocultar o dano — o mais certo é nunca mais conseguirem recuperar.

As nossas pestanas naturais têm o tamanho certo

Agora que já a assustámos com toda esta informação, não é preciso colocar todas as suas caixas de pestanas no lixo. Se as usar com moderação, retirar com cuidado e as lavar bem, não há problema. De acordo com o Instituto de Tecnologia da Geórgia, que estudou o tamanho dos cílios em 22 espécies de mamíferos (incluindo o Homem), o seu comprimento é um terço da largura do olho — exatamente o tamanho ideal para controlar o fluxo de ar e de hidratação e para manter a poluição e as bactérias longe da córnea.

O nosso conselho? No dia-a-dia, use máscaras que promovam pestanas XXL, alongamento e curvatura. E deixe as postiças para ocasiões especiais, saídas à noite e festas.