O líder do CDS-PP, Paulo Portas, considerou na sexta-feira à noite no Bombarral que “não foi por vontade do povo” que passou de vice-primeiro-ministro para deputado da oposição na Assembleia da República.

“Assunção Cristas, ontem, era ministra da Agricultura e hoje é deputada da oposição, eu ontem era vice-primeiro-ministro e hoje sou deputado da oposição, e há só uma coisa que sabemos: não foi pela vontade do povo que isso aconteceu”, afirmou Paulo Portas, durante um jantar de militantes.

O líder do CDS-PP defendeu que “não é aceitável querer transformar o nosso regime constitucional, que é semipresidencial, num regime parlamentar.”

“E o que aconteceu só foi possível, porque o Presidente da República, no último semestre do seu mandato, não pode dissolver o parlamento”, recordou, ao referir-se à posse do governo do PS liderado por António Costa com apoio da esquerda parlamentar.

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Para Paulo Portas, as “aventuras políticas” de António Costa têm “impacto na economia”.

“A partir das eleições, desde que começou a tornar-se claro que haveria um acordo com as esquerdas radicais, começámos a ver os indicadores de confiança a abrandar, as decisões de investimento a ficar à espera, as projeções de crescimento a serem revistas ligeiramente em baixa, os sinais do emprego a ficarem mais preocupantes, as próprias exportações a ressentirem-se e a confiança dos consumidores e de clima económico sentido pelos empresários diminuiu acentuadamente em outubro e novembro”, afirmou.

Paulo Portas e Assunção Cristas, vice-presidente do partido e até quinta-feira ministra da Agricultura, participaram pela primeira vez numa iniciativa pública desde que o Governo PSD/CDS-PP deixou de estar em funções.