Quase 200 pessoas com infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) morreram em 2014, das quais 126 com sida, indica o relatório “Infeção VIH/SIDA: a situação em Portugal”, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Da autoria do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, o documento indica que, de acordo com as notificações recebidas no INSA até 30 de junho de 2015, em 2014 foram diagnosticadas 920 novas infeções por VIH.

No mesmo ano foram registados 196 óbitos “em pessoas com infeção por VIH, das quais 126 em estádio sida”.

“A maioria das mortes (78%) observou-se em homens e a idade mediana à data do óbito foi de 49 anos. Em 43% dos heterossexuais a morte ocorreu nos cinco anos subsequentes ao diagnóstico, enquanto para 70% dos toxicodependentes as mortes aconteceram 10 ou mais anos após o diagnóstico de infeção por VIH”, lê-se no relatório, a que a Lusa teve hoje acesso, quando se assinalada o Dia Mundial da Luta Contra a Sida.

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Desde 1983 foram notificados em Portugal 52.694 casos de infeção por VIH.

Os autores alertam para “o aumento do número de novos diagnósticos de infeção por VIH em homens que têm relações sexuais com homens (HSH)”, o qual consideram uma “causa de preocupação”.

“Uma maior consciencialização dos profissionais de saúde para este facto e a eventual criação de estruturas de base comunitária específicas para HSH poderão contribuir para melhorar a prevenção e diagnóstico precoce neste grupo”, prossegue o documento.

A maioria (71,1%) dos casos de infeção pelo VIH ocorreu em naturais de Portugal.

“Dos 235 casos que referiam ter nascido noutro país, 70,6% provinham da África subsariana e 21,3% da América latina”, refere o documento.