Tem uma Nespresso? E é daquelas pessoas que fica tempos e tempos sem a limpar? Cuidado. Pode estar a contribuir para a multiplicação de bactérias patogénicas (nocivas à saúde) na sua própria máquina. O aviso é deixado por três investigadores da Universidade de Valência, em Espanha, num estudo publicado recentemente na Nature, onde deixam claro, porém, que beber o café não comporta qualquer risco para a saúde. A marca já reagiu ao estudo e confirmou as conclusões, acrescentando que o problema não está na máquina, mas nos utilizadores.

“A composição bacteriana encontrada está relacionada com fatores externos aos nossos produtos, como os hábitos de limpeza da máquina que cada consumidor leva a cabo e a frequência com que lhe dá uso”, explicou fonte da Nespresso, citada pelo jornal El Mundo, insistindo que “não foram encontradas bactérias nas cápsulas de café Nespresso antes da sua utilização”.

Então afinal onde reside o problema? No reservatório onde caem as cápsulas usadas e resquícios de café. É lá que se acumula uma pequena quantidade de água e foi nesse líquido que os autores deste estudo encontraram muitas bactérias patogénicas. Os riscos aparecem quando se manuseia esse reservatório, sem se lavar as mãos de seguida. Problemas digestivos e diarreia, podem ser alguns dos problemas de saúde associados, avisam os investigadores.

Qual será então a solução para evitar esta colonização por bactérias na máquina do café? Limpar regularmente. O departamento onde este estudo foi desenvolvido, na Universidade de Valência, arrisca um conselho: limpar os recipientes uma vez por semana com água e sabão ou lixívia. Outra opção será lavar os recipientes na máquina de lavar loiça.

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Já a Nepresso recorda que uma manutenção correta da máquina “inclui a lavagem das diferentes partes que estão em contacto com o café” e “como qualquer outro eletrodoméstico que se encontra em contacto com alimentos, as máquinas de café Nespresso requerem uma limpeza periódica como está detalhado no manual de utilização”. O conselho da marca passa por “lavar todos os elementos desmontáveis da máquina de maneira frequente, com água e sabão”.

Depósito das cápsulas usadas, bandeja anti-gotas e o depósito da água são as partes da máquina que devem ser lavadas com regularidade.

Este estudo permite tirar uma outra conclusão: é que há uma comunidade de micróbios capaz de sobreviver ao café. Isto poderá abrir novas vias de investigação, de âmbito industrial, relacionadas com a ‘descontaminação’ das águas residuais pelo café.