Uma comissão governamental australiana analisou esta segunda-feira a atuação do cardeal George Pell, que dirige a Secretaria da Economia do Vaticano, face a uma denúncia de pedofilia.

David Ridsdale, que é vítima e sobrinho do sacerdote pedófilo Gerald Francis Ridsdale, acusa Pell de o ter tentado subornar em 1993 quando supostamente lhe disse: “Quero saber o que é preciso fazer para manter-te quieto”, segundo a agência noticiosa AAP.

A comissão governamental australiana que investiga a resposta institucional aos casos de abusos sexuais no seio das organizações religiosas, estatais e públicas, dedica a sessão de hoje a comparar as versões apresentadas por ambas as partes. O advogado de Pell, Sam Duggan, assegurou que nunca o cardeal pediu a David Ridsdale o seu silêncio.

O sacerdote John Thomas Walsh recordou que falou com Pell depois de ter falado ao telefone com Ridsdale, numa conversa em que se mostrou preocupado sobre o impacto que teria na vítima o abuso sexual de que foi alvo, segundo a mesma fonte.

“Lembro-me do bispo Pell muito preocupado com David e de ter dito algo como ‘David está num estado desastroso’ e a sentir-se terrivelmente mal por isso”, assegurou o reverendo Walsh, numa declaração escrita.

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O advogado Duggan sublinhou que pode haver um mal-entendido, ao interpretar as palavras de Pell, mas Ridsdale frisou que se foi esse o caso, nunca tentou corrigi-lo ou clarificá-lo.

Espera-se que Pell regresse de Roma para comparecer na próxima semana diante da comissão, na cidade de Melbourne.

Pell, atual “ministro” das Finanças do Vaticano, foi sacerdote assistente na localidade de Ballarat East, no estado de Victoria, no sul da Austrália, antes de se tornar arcebispo da cidade de Melbourne e, posteriormente, de Sydney.