Há uma descoberta feita em 1984 que continua a intrigar os investigadores: a presença de um esqueleto de criança no Lago Turkana, no norte do Quénia. Segundo os dados até agora recolhidos, o menino teria oito anos na altura da morte, que terá acontecido há um milhão e meio de anos. Será o “fóssil mais completo dos primeiros humanos até agora descoberto”, salienta a BBC.

Suspeita-se aliás que estarão inscritos no lago quatro milhões de anos de evolução humana. As escavações começaram em 1968 e, logo em 1972, a equipa encarregue dos trabalhos descobriu um crânio, conhecido como “crânio 1470”, e os ossos de alguns membros de um Homo Rudolfensis com 1,9 milhões de anos.

Antes, pensava-se que tinham vivido apenas três espécies ao mesmo tempo em África: Homo habilis, Homo erectus e Paranthropus booisei. Se as suspeitas se confirmarem, o Homo rudolfensis junta-se ao lote. “O menino de Turkana é um fóssil importante que trouxe novas luzes às interrogações sobre a evolução humana”, esclareceu John Shea, professor da Universidade de Stony Brook de Nova Iorque.

A parte boa é que o lago do Quénia pode continuar a ser explorado. O lago está num ambiente desértico seco e hostil, que favorece a conservação dos fósseis. Há milhões de anos, o lago estava rodeado de floresta, um ambiente mais propício à vida. “As circunstâncias favoreceram o enterro de ossos na areia”, conclui Fred Spoor, investigador da University College de Londres. Aguardam-se mais desenvolvimentos.

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