Morreu esta quinta-feira a irmã mais nova do histórico líder do PCP Álvaro Cunhal. Maria Eugénia Cunhal tinha 88 anos e morreu em Lisboa. A última vez que tinha aparecido em público foi no lançamento da candidatura de Edgar Silva à Presidência da República, o candidato apoiado pelo PCP.

O PCP, através do secretariado do comité central, já emitiu uma nota oficial lamentando a morte da sua militante.

Maria Eugénia era a mais nova dos quatro filhos da família Cunhal. Nasceu em Lisboa a 17 de janeiro de 1927 e era 14 anos mais nova que Álvaro Cunhal. Os outros dois irmãos morreram muito novos, pelo que aos seis anos o seu único irmão era Álvaro Cunhal, tendo criado a partir daí uma relação muito estreita. Deu sempre apoio ao irmão na clandestinidade e na prisão. Chegou a ser presa pela PIDE aos 18 anos e foi várias vezes detida para interrogatórios.

Maria Eugénia Cunhal é autora das obras O Silêncio do Vidro (1962), a História de Um Condenado à Morte (1983), As Mãos e o Gesto (2000), Relva Verde Para Cláudio (2003) e Escrita de Esferográfica (2008). Publicou entre 1947 e 1951, na revista Vértice, vários poemas com o pseudónimo de ‘Maria André’ e fez a primeira tradução portuguesa dos contos de Tchekov, Os Tzibukine (1963).

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Atualmente estava integrada no Setor Intelectual-Artes e Letras da Organização Regional de Lisboa do PCP.

O corpo, informa o PCP, estará em câmara ardente na Voz do Operário em Lisboa, a partir das 11 horas desta sexta-feira, dia 11. O funeral sairá às 11h00 de sábado, dia 12 de dezembro, para o cemitério do Alto de São João e a cremação será as 12h00 horas.

Na nota oficial, o PCP cita uma frase de Maria Eugénia:

“No fundo, acho que sempre fui comunista, desde que tenho cabeça para pensar. Mas muito cedo, a minha opção foi tomada muito cedo, sem dúvida nenhuma”.